domingo, 14 de dezembro de 2008

Antecipando

Brother Ricardo Zanirato, parceiro dos tempos de Terra (e de ótimos "happy hour"), postou na quarta-feira em seu novo blog, o Olocobitcho's (devidamente linkado à direita), que o Corinthians fechou patrocínio com o Bradesco para 2009, e que o Palmeiras vai estampar a marca da Samsung.

Bom, tá aqui a notícia. Esperemos para ver se vai se confirmar. Se rolar, ele cantou a bola na quarta-feira, e me mandou na hora em que postou. Registrado.

E boa sorte com o blog, que já tá bombando! Diferentemente de alguns de seus amigos, que só postam de vez em nunca e sem periodicidade alguma, o Ricardo tá mandando bem no blog.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Sobre a covardia, parte 2

Nilton César de Jesus, 26, faleceu na quinta-feira, vítima da covardia cometida pelo sargento da Polícia Militar do Distrito Federal José Luiz Carvalho Barreto, que deu uma coronhada no rapaz, sem motivo (já que não houve resistência alguma), a arma disparou e acertou sua cabeça.

Já falei tudo o que eu acho no meu primeiro post sobre o assunto, há alguns dias. Hoje, pretendo repercutir algumas coisas.

Basicamente, o que disse o promotor da Justiça Paulo Gomes, do Distrito Federal, que afirmou que o disparo foi "acidental", "como mostram as imagens".

"A principio, pelas imagens que já nos chegaram que foi até difundido pela mídia, ficou demonstrado que ele não quis causar um homicídio doloso. Houve um acidente no momento em que ele efetuou uma coronhada desnecessária naquele cidadão", disse Gomes ao "DFTV", da Globo.

Discordo, como já falei. O sargento, como membro da PM, sabe muito bem como uma arma pode disparar se você usá-la para dar uma coronhada. Uma arma não é um cassetete. Deu a coronhada, a arma disparou, matou o cidadão. A única diferença para o que escrevi antes é que agora ele precisa ser indiciado por homicídio doloso, e não mais por tentativa de homicídio.

E, na quinta-feira, o médico Carlos Silvério, chefe do Departamento de Neurocirurgia do hospital onde Nilton esteve internado, indicou que a própria pancada causada pela coronhada pode ter sido a causa da morte. E aí, como fica o discurso do promotor? Ou da PM? "Acidente"?

Prefiro homicídio doloso consumado por covardia. Que tal?

Esperemos o laudo do IML (que vai apontar se foi o tiro ou a pancada que matou a vítima) e uma condenação justa ao assassino, o que é raro acontecer no Brasil.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sobre a covardia


Essa imagem é emblemática demais para passar despercebida por este blog. Chocante. De causar indignação. Ainda mais quando lemos duas notícias de hoje sobre o assunto:



Também hoje, nosso querido José Roberto Arruda, do PFL (ou DEM, se preferir - é apenas uma sigla insignificante), governador do DF, "lamentou profundamente" o caso e ressaltou que ele "não pode mudar o fato de Brasília ser receptora de grandes eventos". Ainda citou SP e Rio como locais onde problemas semelhantes aconteceram.

Afinal, é disso que se trata. Copa-2014. O torcedor que busque sua sobrevivência, porque a culpa não é do governo. O negócio é ter um estádio para 20.000 pessoas em uma cidade-satélite com apenas um hospital, sem equipamentos adequados (segundo relatos de quem esteve lá) para receber Nilton César de Jesus, de 26 anos - este é o nome de mais uma vítima da violência no país.

O "acidente", que envolveu um sargento que tinha "ficha exemplar" na PM, conforme noticiaram alguns periódicos, não teve nada de acidente. Foi, sim, uma tentativa de homicídio. Uma covardia sem tamanha. Acho que o que vimos foi sim um infeliz "déja-vu" dos mais tristes e sangrentos anos da história brasileira. Talvez o sargento José Luiz Carvalho Barreto quisesse comemorar os 40 anos do AI-5, que serão completados no próximo dia 13.

Não quero causar sensacionalismo com o caso, para isso bastam as imagens, mas o que me chocou durante toda a história foi que o torcedor tomou um tiro na cabeça sem NENHUMA justificativa. Nas imagens flagradas pela TV Record, Nilton apenas corre durante a confusão, corre, e depois aparenta fugir do sargento, que lhe aponta a arma. Ele pára, ergue os braços, e sofre uma coronhada - agressão recorrente em filmes sobre mafiosos.

E aí que está o x da questão. Nilton, em nenhum momento, oferece resistência ao policial. O pecado dele é estar ali, aparentemente. O sargento chega, desfere a coronhada covardemente, mas, para seu "azar", a arma dispara. E pode ter causado uma morte, como acontece com armas de fogo.

Trabalhei um ano na Secretaria da Segurança Pública de SP, como estagiário, e fiz questão de aprender muito sobre as polícias. Sei, por exemplo, e isso é bem básico, que um policial NUNCA pode agredir alguém desarmado e que não ofereça resistência à prisão. Muito menos com uma coronhada. Fora dos filmes de chefões, na vida real, isso é coisa de bandido.

E por isso classifico o caso como tentativa de homicídio. O policial, primeiro, não tinha porque agredir o cidadão. Segundo, se agride com a arma, sabe da possibilidade de ela disparar. E atingir alguém. Que foi o próprio agredido. "Lesão corporal grave" é o caralho, me desculpem o termo. Se fosse um torcedor brigando com outro, e as câmeras flagrassem, assino embaixo que o cara seria acusado de tentativa de homicídio.

Last but not least, se alguém argumentar "ah, mas ninguém sabe o que o torcedor fez antes de aparecer na imagem", eu digo: não importa. Como eu disse: com o "suspeito" desarmado e sem oferecer resistência, o policial deveria ter apenas algemado o Nilton e levá-lo para a cadeia, para responder pelo que foi acusado.

Veremos o desenrolar do caso, que deve durar uns dez anos e pode até libertar o sargento - que já está livre para aguardar seu julgamento, como pede nossa Justiça. Pena que a vida de Nilton César de Jesus corre sério risco.

Como eu já disse anteriormente, o futebol é apenas um detalhe nesse brasil. Mas as coisas que o envolvem refletem perfeitamente o porquê de isso aqui ser a zona que é.

E hoje só se fala sobre Ronaldo. Ele é o assunto. Desculpe, Fenômeno, mas deixo você e o meu Corinthians para um outro dia.

Pitacos de fim de Brasileirão

- Para começar, o primeiro Nacional sem o meu Corinthians. Analisei tudo de longe, sem se me preocupar com a paixão, porque ela estava fazendo um (merecido) estágio na Segunda Divisão, e agora à primeira retorna (também de forma merecida);

- É, agora não dá mais. Como um time que ficou 11 pontos atrás dos líderes e chegou a ficar de fora da zona da Libertadores consegue conquistar o título? Primeiramente, mantendo uma invencibilidade de 18 jogos. Segundo, contando com a fragilidade dos adversários, seja ela técnica (Grêmio), emocional (Cruzeiro) e/ou organizacional (Palmeiras e Flamengo, respectivamente). Em um meio tão provocador quanto o futebol, o São Paulo é insuportável para todos os outros torcedores, principalmente os rivais paulistas. Por quê? Porque dá tudo certo lá. E o clube se vangloria disso, de forma irritante. Mas reclamar do quê? O futebol é e sempre foi assim. Sorte e mérito deles;

- Mais um campeonato que acaba com 38 rodadas e 20 equipes de chororô contra a arbitragem. Da série "Para esquecer" do Brasileirão. Todo mundo reclama, mas o clube não procura aprender e orientar seus jogadores sobre a arbitragem. Como, então, cobrar da Comissão de Árbitros sem nem entender as regras do futebol direito?

- Porque os juízes, por sua vez, também demonstraram pouca familiaridade com as regras, sempre aplicando diferentes critérios e "estilos". Não estaria na hora de se ousar uma profissionalização para tentar a melhorar a classe? Afinal, é uma profissão, amadora apenas na hora de se pagar o trabalhador. A cobrança é imensa, mas como acabar com essa zona que é a arbitragem sem regularizá-la?

- Aliás, Brasil, o país dos chorões. O lugar onde sempre alguém é prejudicado por outro alguém que é mais esperto. Como posso fazer o bem, se o outro vai me passar a perna? Pensamento típico e triste na nação;

- Ainda ligado ao assunto arbitragem, bizarro pero importante o discurso de Carlos Eugênio Simon há pouco, na premiação da CBF sobre os melhores do campeonato. Bizarro porque ele enfrentou algumas vaias deselegantes, provavelmente daqueles cartolas chorões, com uma fala inflamada, pregando a favor do árbitro, o "álibi de todos os erros". Mas importante porque defendeu publicamente o Wagner Tardelli, colocado covardemente sob suspeita em um atitude misteriosa e mau-explicada de FPF e CBF. CBF essa que acabou cumprimentada de forma prevísivel e contraditória pelo próprio Simon, em seu discurso no estilo governador Covas x professores de SP, com direito a apupos e rostos constrangidos;

- Aliás, aparentemente o sr. Marco Polo Del Nero "não compreendeu" o peso de sua atitude, disse que a acusação sobre Wagner Tardelli pode ter sido um trote, que alguém se enganou, e blablabla. Covarde, caro Del Nero. Acuse, prove. Tinha o tal envelope, mostre-o. Explique. Como sua secretária conseguiu a informação de que o Tardelli receberia dinheiro, ingresso da Madonna, pedaço da grama do Morumbi ou o que quer que seja, para ajudar o São Paulo? Se foi dentro da FPF, vocês apuraram alguma coisa? Ou simplesmente falaram "olha, tem essa história aqui e vocês da CBF e do MP que investiguem, não sei de mais nada". Caso tenha sido apurado, estou certo de que será esclarecido. Se o cenário estiver mais para o "não sei direito como aconteceu" e "agora está tudo bem, já acabou", como parece, abandone já o seu cargo. Não se pode permitir tamanha leviandade de um presidente de uma federação estadual;

- Se fosse um jornalista e não provasse, certamente seria processado. Atitude que, espero, seja tomada pelo São Paulo, após o inquérito(?) do STJD sobre o caso;

- Com vocês, o tribunal que vai moralizar o futebol brasileiro: o STJD! Estrelando Paulo Schmitt. Socou o adversário? Tá pensando o quê, 3 meses de suspensão! Tá bom vai, um mês. Beleza, cumpra dois jogos que fica elas por elas. E foi assim o ano inteiro, sem coerência, prudência, eficiência e, principalmente, Justiça. Sempre gritando alto e agindo pouco, ajudando alguns e prejudicando todos;

- Voltando a falar sobre leviandade e jornalismo, é engraçado constatar que aqueles torcedores que acham que devemos "falar as verdades na televisão, denunciando as 'roubalheiras'" são os mesmos que dispensam um aspecto chamado "prova" para que tais "denúncias" sejam feitas. Sem provas, ou mesmo indícios, não temos história, ué;

- Sobre futebol? Falei no começo, esqueceu? É que não tenho muito a falar sobre aspectos técnicos, táticos e cháticos do futebol. Isso deixo para os outros feras que entendem bem mais sobre o assunto. E não faltam textos na internet sobre isso;

- Meu negócio mesmo é cornetar as chatices do esporte mais importante do Brasil. Com a esperança de que um dia ele se desenvolva, pelos menos nesses assuntos.