segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Soltem suas feras


Foi muito bom trabalhar no clássico ontem, porque tive que fazer matéria do jogo e prestar atenção a cada detalhe de São Paulo 0 X 0 Corinthians.

Achei um jogo muito interessante e legal de assistir. Muita gente não poupou críticas à qualidade técnica dos times, erros de passe... mas eu, particularmente, vi uma partida muito disputada, com um Corinthians forte na marcação e jogando com autoridade. Fiquei muito feliz em ver esse time jogar assim. Pena que Finazzi e o Lulinha (que precisa voltar a treinar entre a molecada, porque tá muito verde ainda) não sabem fazer gol. E o Acosta também não fez nada. Mas tô gostando muito da zaga, do sistema de marcação e do Dentinho, além de um técnico que realmente se preocupa em montar um time.

Já o São Paulo vem jogando muito mal (em relação ao time do ano passado, não em relação ao Corinthians), mas acho que dando tempo ao tempo o time vai se acertar. O Muricy é muito bom nisso, e daqui a pouco encontrará a melhor formação. Quatro jogos ruins pelo Paulistão é pouca coisa. Falta saber se o time vai ter fôlego para chegar à final da Libertadores. Aliás, é engraçado: desde 2004, a expectativa é essa. Em 2004 e 2007 ficou no mata-mata; ganhou a final em 2005 e perdeu em 2006. O time não sabe o que é Copa do Brasil há um tempão. Isso, para os padrões brasileiros, é realmente impressionante.

Sobre os erros do juiz: quanta choradeira! Mas eu também vi pênalti no Dagoberto e o gol do Adriano. Do pênalti, acho que o Dagoberto cavou, colocando a perna na frente, mas o Chicão é estabanado e caiu na dele, chutando a perna. Foi um pênalti sem querer, que também é pênalti. E também acho que foi mais absurdo ainda dar falta do Dagoberto no Chicão. Va lá achar que não foi pênalti (o Arnaldo Ribeiro, por exemplo, também achou que não foi), mas ver falta do Dagoberto já beira o bizarro.

E o gol... ah, o gol! Como eu lembro triste daquele gol que o juiz anulou do Tevez com o Palmeiras em 2006, depois da bandeirinha dizer pra ele que o outro bandeira, que tava uns 200 metros longe do lance, viu falta do argentino no ilustre zagueiro quem do Palmeiras. Foi um golaço anulado de forma patética e indesculpável com os corinthianos, justamente em um Dérbi que terminou empatado.

O gol do Adriano pode não ter sido tão bonito quanto aquele, mas para mim foi um golaço também. Ele subiu uns 3 metros pra cabecear a bola, foi impressionante! Mesmo que o William subisse nas costas do Chicão ele não chegaria onde o Adriano chegou. O cara tem uma impulsão incrível.

O Sálvio Spinola viu falta, assim como vários outros personagens ligados ao futebol. Eu não vi falta nenhuma, mas até entendo que ele tenha achado que aquele braço que subiu encostado no ombro do William tenha feito carga no zagueiro, mas não acho que fez. Na verdade, só entendo a posição do árbitro porque não foi ele quem fez essa regra bizarra que só aplicam no Brasil. Tem contato no futebol, e a tal da International Board deveria esclarecer o que pode e o que não pode fazer. Do jeito que está agora, aqui no Brasil, tudo vira falta (menos o pênalti no Dagoberto, né juizão?).

Outra regra imbecil que deveria ser abolida é aquela que o goleiro se adianta no pênalti e o juiz manda voltar. É ridícula também e ela só deve ter sido traduzida para o português do Brasil, já que ninguém aplica esse negócio no resto do mundo.

O Sálvio influenciou sim no resultado e prejudicou o São Paulo nestes dois lances capitais. Mas o pior mesmo foi a festa de cartões não-distribuídos para gente entrando com trava de chuteira e outras coisas. Foi vergonhosa a arbitragem.

Como disse, achei o jogo bom. Bom para o Corinthians, principalmente, e bom de assistir. Péssima arbitragem.

E péssimo também foi a choradeira em demasia do Tricolor. O Muricy e os jogadores reclamarem do jeito que reclamaram, eu entendo, acontece mesmo. Os caras viram que foram prejudicados e saíram putos com isso. Só acho que o Ricky (ou Richarlyson, se preferir) deveria parar de chamar os outros de cara-de-pau e jogar um pouco de bola, o que ele não fez ontem, e parar de bater também. O cara é bom, foi massacrado no ano passado por causa de sua vida pessoal, passou por um entrevero lamentável com um juiz (de Direito, esse) digno do judiciário brasileiro (isso não é um elogio) e deu a volta por cima. Agora etá na seleção, que pense mais e bata menos.

E o Marco Aurélio Cunha me irrita profundamente com aquela empáfia e o jeito pomposo de falar as coisas. É ridícula a postura dele, me lembra o Citadini dos velhos tempos. A diferença é que o Citadini era falastrão com um jeito meio povão, sotaque e tal, e o Marco Aurélio é um falastrão pomposo. Estão no mesmo nível. Só querem ficar chamando a atenção. E ele assumiu uma postura de "somos o São Paulo estruturado, não somos amadores, os juízes têm que estar à nossa altura", etc... Nem comparo a estrutura do São Paulo com a dos outros times brasileiros que é covardia. Mas o clube do Morumbi não está acima do bem e do mal. Nem dos erros de arbitragem, que é horrenda aqui e no resto do mundo.

Crédito da foto: José Patrício (AgEstado)

sábado, 26 de janeiro de 2008

Vale a pena assistir


Amanhã, às 6h30 do nosso horário (de Brasília), a zebra Novak Djokovic (esq) vai enfrentar a mais zebra ainda Jo-Wilfried Tsonga (dir) na final do Aberto de Austrália de tênis.

Nunca fui muito fã do esporte, mas cheguei a jogar quando era moleque, por algum tempo, e de uns tempos para cá venho assistido mais freqüentemente. Por motivos diferentes, assisti às duas semifinais do Aberto da Austrália, e ambas foram históricas. Como eu quase nunca vejo jogos de tênis, acho que dei sorte.

O francês Tsonga tem 22 anos, é o 38o. colocado no ranking da ATP e simplesmente trucidou Rafael Nadal na semifinal. O espanhol, segundo colocado na ATP, parecia não ter armas para bater o Muhammad Ali do tênis. Não tinha mesmo, e fez questão de reconhecer isso no final do jogo, que acabou 3 sets a 0, parciais de 6/3, 6/3 e 6/2. Eu gosto muito do estilo do espanhol, sangue latino e tal, mas fiquei extasiado com o Tsonga. O cara tava um monstro na quadra, e não era nem cabeça -de-chave no torneio. Aliás, se for campeão daqui a pouco, será o primeiro campeão sem ser cabeça-de-chave desde Gustavo Kuerten no Roland Garros de 1997.

Já o sérvio Djokovic, de 20 anos, não é tão zebra assim, convenhamos. Ele só está atrás de Rafael Nadal e Roger Federer no ranking da ATP. Mas foi justamente sua vitória sobre o suíço Federer, número um do mundo, que foi uma zebra. Assim como Tsonga, bateu seu adversário por 3 sets a 0 (parciais de 7/5, 6/3 e 7/6 --fazendo 7/5 no tie-break do set) e assustou todo mundo pelo controle que teve do jogo. Não ganhou tão fácil quanto Tsonga, mas era Federer, que não era eliminado de um Grand Slam na semifinal desde que perdeu para Nadal no Roland Garros de... 2005! Ou seja, quase três anos jogando todas as finais dos quatro torneios mais importantes do tênis (Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e US Open), uma delas (a última, US Open de 2007) vencida contra o próprio Djokovic. Por essas e outras, o suíço não encarou tão bem sua derrota quanto Nadal, disse que foi prejudicado por uma virose e que não está "nem aí" para quem será campeão.

Isso sem contar que esta será a primeira final de um Grand Slam desde a edição de 2005 do próprio Aberto da Austrália que não terá nem Federer e nem Nadal na decisão. Na ocasião, o russo Marat Safin derrotou o 'anfitrião' Lleyton Hewitt na final.

Por isso, vale a pena assistir ao jogo que começa dentro de seis horas. O tênis não é conhecido por conter muitas surpresas, mas o Aberto da Austrália está repleto delas. E também de recordes quebrados. Djokovic e Tsonga são boas surpresas, que podem vir a ser grandes campeões de outros torneios.

Boa sorte aos dois.

Crédito das fotos (incluindo montagem): Agência France Presse

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Só passando para dar os parabéns...

...para a minha cidade, que completa 454 anos. Apesar dos problemas, ela é fascinante demais. Uma das maiores do mundo. A cidade dos contrastes.

Por mais que ela tenha seus mil problemas, respirando por aparelhos, meu amor por ela não diminui nunca. Como diria o Tom Zé em São São Paulo Meu Amor, "mesmo com todos os defeitos, te carrego no meu peito".



Valeu, São Paulo, por toda a cultura, experiência e alegria que você me deu durante esses 23 anos e meio.

Agora, vou ver se eu vou no show do Jorge Ben lá no Museu do Ipiranga. No ano passado, vi o Mutantes lá e virei fanzaço da banda.

PS: Foto batida por alguém desconhecido no topo de um prédio da Paulista, em meu aniversário de 21 anos.

Mais Barbixas...

No post abaixo, sobre o Bush, coloquei um link para um vídeo-sátira do trio humorístico Barbixas focado em nosso personagem-vilão.

Como eu disse, esses caras são engraçados e inteligentes, assim como outros novos (e bons) grupos de humor da capital paulista. Pouco antes de eu ir para o Canadá, eles iriam gravar uma esquete e me chamaram para ser figurante. Eu, que já havia sido figurante uma vez em um outro vídeo, prontamente aceitei.

Fui pra lá sabendo que seria um advogado. Eles gravaram o vídeo, no qual eu não apareci, e ficou muito engraçado. Era uma propaganda para o curso de Direito das Faculdades Cantareira.

Depois que eu voltei, lembrei do vídeo e fui procurar no You Tube. Mostrei para o meu pai e ele já tinha assistido. Fiquei sabendo então que o vídeo ficou entre os mais vistos no You Tube, saindo até mesmo na IstoÉ (ou na Época? acho que foi IstoÉ mesmo). Também apareceu no Kibe Loco.

De qualquer forma, o tal vídeo está aqui. É sobre um julgamento de um político, que de julgamento acaba virando um leilão, no qual os advogados disputam quem dá menos para livrar a cara do sujeito. É impagável.

Em tempos nos quais o nosso judiciário comete esse tipo de crime, o vídeo é mais do que atual.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Assim lá como cá...

Recebo por e-mail, de uma pessoa muito especial, uma notícia sobre um tal estudo feito por jornalistas norte-americanos (ou estadunidense, que é o termo certo, mas que é muito feio) aponta 935 afirmações falsas (também conhecidas como mentiras) divulgadas pela Casa Branca no que diz respeito à Guerra do Iraque.

Como eu respondi no e-mail, essa é a pauta garantida: todo mundo lembra do monte de mentira que foi contada, só falta alguém fazer uma pesquisa e um estudo sobre isso e publicar. Daí a notícia sai na agência Efe e no mundo inteiro. Por isso mesmo, parabéns para os caras que tiveram essa idéia.

Segue o texto:

Guerra do Iraque foi baseada em afirmações falsas, afirma estudo

Texto feito por jornalistas afirma que no total foram 935 afirmações falsas nos dois anos após o 11 de setembro

Efe

WASHINGTON - O presidente George W. Bush e seu gabinete emitiram centenas de afirmações falsas sobre a ameaça do Iraque para a segurança dos Estados Unidos após os atentados de 11 de Setembro. Esta é a conclusão de um estudo divulgado nesta terça-feira, 22, pelo Centro para a Integridade Pública.

Essas declarações "foram parte de uma campanha orquestrada que galvanizou a opinião pública e levou o país a uma guerra com justificativas decididamente falsas", indicou o relatório.

Antes da intervenção militar para derrubar o Governo do presidente Saddam Hussein em março de 2003, o Governo Bush afirmou que o líder iraquiano estava envolvido com o terrorismo e desenvolvia armas de destruição em massa.

As armas de destruição em massa nunca foram encontradas e as investigações posteriores indicaram que não existia essa cumplicidade de Saddam Hussein com o terrorismo.

"Agora não existe nenhuma dúvida de que o Iraque não tinha armas de destruição em massa ou contatos importantes com a Al-Qaeda", manifestaram Charles Lewis e Mark Reading Smith, membros do fundo em um prólogo do estudo.

"Em resumo, a administração Bush levou o país a uma guerra fundamentada em informação errônea que se propagou metodicamente e que culminou com a ação militar contra o Iraque em 19 de março de 2003", afirmaram.

A Casa Branca não comentou as conclusões do estudo, preparado em colaboração com o Fundo para a Independência no Jornalismo.

O texto afirma que no total houve 935 afirmações falsas de Bush e de membros de seu gabinete nos dois anos após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Segundo o estudo, além do governante americano, fizeram declarações falsas seu vice-presidente, Dick Cheney, a conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice (atual secretária de Estado), o ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld, e o ex-secretário de Estado Colin Powell.

Bush foi o autor de 259 dessas declarações, 231 sobre as supostas armas de destruição em massa e 28 sobre os denunciados vínculos do Iraque com a Al-Qaeda, disse o estudo.

Acrescentou que o efeito acumulado dessas afirmações foi enorme e que os meios de comunicação seguiram a corrente do governo.

"Alguns jornalistas, e até algumas organizações de imprensa, reconheceram que durante os meses anteriores à guerra adotaram uma atitude condescendente e sem críticas" em relação ao Governo, assinalou o estudo.


Mesmo que esse estudo seja contestável, com relação ao número de mentiras, ele não é nem fundamental para lembrarmos que a Guerra do Iraque foi uma coisa que os EUA fizeram o mundo aceitar; alguém se lembra da hostilidade norte-americana contra os franceses, que, na cadeira do Conselho de Segurança da ONU, vetaram o apoio da organização no conflito? Os pobres gauleses foram ridicularizados pelo governo e pela brown press ianque. Coisas que eu lembro: "nós salvamos os seus asses na Normandia!", foi uma das pérolas.

E muita gente falou que estava certo, que o Saddam tinha que ser deposto mesmo, que o cara era um ditador sanguinário e tudo mais. E quem paga o pato? Os iraquianos, claro. Afinal, são apenas soldadinhos no grande tabuleiro de War que George W. Bush joga sozinho. Sem contar os soldados dos EUA, muitos deles moleques sem cabeça que torturam prisioneiros (e daqui a alguns anos viram atiradores em shoppings e coisas do tipo), e outros moleques sem esperanças que não tem nada em seu país. Eles também são apenas soldadinhos. Aliás, lembrei de um ótimo vídeo-sátira que os Barbixas, trio humorístico aqui de São Paulo (no qual um dos caras, o Andy, é um grande amigo) fizeram sobre o nosso maior mentiroso de tempos recentes. Vale a pena conferir, é engraçado e inteligente.

Bush é um vilão da humanidade, podem ter certeza. Mas só está lá porque foi reeleito. Tudo bem que a eleição dele em 2000 foi no mínimo estranha (pra não dizer roubada), mas em 2004 o cara ganhou mesmo, sem choradeira. Também, contra um John Kerry anti-carismático e bananão...

Prova de que os norte-americanos, à época, acreditavam nele e na imprensa pró-Bush (FOX News) dos EUA. E dizem que o povo lá de cima é burro.

O que nós podemos dizer? Tudo quanto é tipo de mentiroso está exercendo algum cargo político importante nesse país. E para mim não tem esse negócio de direita-esquerda-pra cima-pra baixo não. A lista de mentirosos vai desde o PT (com aquela inundação de denúncias que apareceram) até o governador paulista do PSDB (que disse que não abandonaria a prefeitura em 2006 para disputar a presidência; em vez disso, abandonou a prefeitura para disputar o governo do estado), passando pela lista de maria-vai-com-as-outras que impera no Brasil.

Rush no Brasil?

Ainda é uma interrogação. Notícias circularam na net, muito em virtude do bem-informado blog Rush is a Band, que cravou que a banda viria à América Latina na nova perna da Snakes and Arrows Tour. Eu ouvi esse papo ainda na Rushcon, em Toronto, e todo mundo vem comentando sobre isso aqui no Brasil. Falou-se até de um show no estádio Castelão, em Fortaleza.

Sexta passada eles divulgaram as datas da turnê, incluindo apenas EUA e Canadá, com exceção da primeira noite, que será em Porto Rico. Como se pode olhar abaixo (copiado do excelente Test for Echo, melhor site brasileiro sobre o Rush), é difícil encaixar uma passagem pela América Latina. Se acontecer, deverá ser no segundo semestre mesmo. A maior folga entre um show e outro é entre 15 e 25 de junho, intervalo de apresentações em Boston e Indianápolis.

ABRIL 2008

11: San Juan, PR - Coliseo de Puerto Rico
13: Ft Lauderdale, FL - Bank Atlantic Center
15: Orlando, FL - Amway Center
17: Jacksonville, FL - Jacksonville Veterans Memorial Arena
19: New Orleans, LA - Arena
20: Houston, TX - Woodlands Pavilion
23: Austin, TX - Frank Erwin Center
25: Dallas, TX - The Music Center at Fair Park
26: Oklahoma City, OK - Ford Center
29: Albuquerque, NM - Journal Pavilion

MAIO 2008

1: Phoenix, AZ - Cricket Pavilion
3: Reno, NV - Reno Events Center
4: Concord, CA - Sleep Train Pavilion
6: Los Angeles, CA - Nokia Theatre
10: Las Vegas, NV - Mandalay Bay Events Center
11: Irvine, CA - Verizon Wireless Amphitheatre
20: Moline, IL - iWireless Center
22: St Paul, MN - MTS Center
24: Winnipeg, MB - Brandt Center
25: Regina, SK - Rexall Place
27: Edmonton AB - Cricket Pavilion
29: Vancouver, BC - GM Place
31: Seattle, WA - The Gorge Amphitheatre

JUNHO 2008

1: Portland, OR - Clark County Amphitheatre
3: Boise, ID - Idaho Center
5: Denver, CO - Red Rocks
7: Kansas City, MO - Starlight Theatre
9: Chicago, IL - United Center
10: Detroit, MI - Joe Louis Arena
12: Montreal, QC - Bell Center
14: Philadelphia, PA - Wachovia Center
15: Boston, MA - Tweeter Center
25: Indianapolis, IN - Verizon Amphitheatre
27: Milwaukee, WI - Summerfest
28: St Louis, MO - Verizon Wireless Amphitheatre
30: Cincinnati, OH - Riverbend Music Center

JULHO 2008

2: Pittsburgh, PA - Post Gazette Amphitheatre
4: Atlantic City, NJ - Marc Etess Arena
5: Saratoga, NY - SPAC
7: Uncasville, CT - Mohegan Sun
9: Toronto, ON - The Molson Amphitheatre
11: Manchester, MA - Verizon Arena
12: Holmdel, NJ - PNC Bank Arts Center
14: Wantagh, NY - Jones Beach
17: Hershey, PA - Hershey Stadium
19: Washington, DC - Nissan Pavilion
20: Charlotte, NC - Amphitheatre
22: Atlanta, GA - Verizon Wireless Amphitheatre at Encore Park


Eu me surpreenderei se a banda realmente vier no segundo semestre. Mas acho que pode rolar. A impressão que nós deixamos foi a melhor possível, com a coisa do Rush in Rio, maior público da história da banda em São Paulo... eles nos devem esse retorno. E eu vou estar lá, dessa vez na primeira fileira.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Que beleza!

Estou aqui assistindo à reprise do programa Linha de Passe, da Espn Brasil. Achei muito legal que o Trajano e o Calazans se solidarizaram com o Milton Leite, ex-funcionário da Espn e que hoje está na concorrente Sportv. Na última sexta-feira, o jornalista que participava da bancada do Arena Sportv,discutiu no ar com um atacado Vanderlei Luxemburgo.

Eu estava vendo ao vivo esse programa, e o que aconteceu foi o seguinte: o Milton estava metendo o pau na contratação do Léo Lima pelo Palmeiras. Ele discordou de grande parte da bancada sportvense e disse que o jogador não tinha motivos para ser contratado pelo Palestra, agora dirigido pelo Luxemburgo. Em certo momento, falou "isso leva a gente a desconfiar que existem coisas por trás nesse tipo de negociação".

Vanderlei Luxemburgo ligou para o Arena e entrou educadamente no ar, explicando suas razões e sobre o porquê de ter trazido o jogador ao Palmeiras. Até aí, tudo bem. O problema foi depois, quando começou a agir que nem uma criança, dizendo ao Milton Leite "você me persegue!". Me fez lembrar os tempos de Colégio Objetivo, quando os professores ouviam constantemente essa frase de nós, pobres e perseguidos alunos.

Depois, falou em processo. Não vai ganhar, Luxemburgo. O Milton Leite nem mesmo te ligou diretamente àquela "desconfiança" anteriormente citada. É somente uma desconfiança. Podem ter interesses do Palmeiras, da Traffic, de outras pessoas... ele só deu a opinião dele. Não acusou sem ter como provar, como adoram fazer muitos pseudo-jornalistas por aí.

Sempre gostei do Milton. Ele é incisivo e fala o que pensa, na minha opinião. Acho que ele exagera, às vezes, como aconteceu nesse caso do Léo Lima, que pode até dar certo no Palmeiras. Luxemburgo poderia ter saído por cima depois de sua explicação, que até me convenceu. Mas o showzinho dele é que vai ficar para a história.

Acho que ele está muito acostumado com "jornalistas" que só sabem puxar o saco do entrevistado. Nunca soube aceitar críticas mais pesadas.

Sinto falta do Milton Leite na Espn Brasil.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Cara de um, focinho do outro...

Divulgaram ontem um retrato-falado do suposto seqüestrador da menina inglesa em Portugal, em maio do ano passado.

Não é uma piada de mal gosto. Mas não é o retrato-falado do George Harrison? Uma versão bizarra e mais dentuça, logicamente.


Bom, vi a cara desse maluco na home da Folha Online e lembrei do Harrison. Sempre admirei demais o guitarrista do Beatles. Para mim, era o contraponto da dupla Lennon/McCartney. As canções eram demais, um pouco mais centradas nas guitarras, naturalmente, e cheias de sentimento.

O cara escreveu clássicos no Beatles, como Something e While my Guitar Gently Weeps, e também na carreira-solo, como My Sweet Lord, que é a mais famosa. Minha favorita é Here Comes the Sun, que ganhou versão em português do Lulu Santos. Não sou muito fã do Lulu Santos, mas gosto dos caras que têm a ousadia de pegar um clássico internacional e fazer uma versão em português.

Além de um eterno ativista, Harrison também era um grande fã de automobilismo, como muitos sabem. Tem uma caixa dos Beatles, com uns 10 DVDs, no qual ele aparece dando entrevista na sua casa, com um quadro do Senna ao fundo. Ele era fanzaço do Ayrton e das corridas em geral.

Ele, que morreu há seis anos, que descanse em paz.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A ditadura do anti-merchandising (cont.)

Sem mais enrolações, vamos logo aos dois outro casos em que a Globo esconde marcas em seus veículos de comunicação.

Beleza sim; ajuda que é bom...

Na verdade, antes de contar a história, me inspirei em falar sobre esse assunto justamente quando eu vi um post na Laje de Imprensa, blog do amigo e ex-colega de Grande Prêmio Bruno Vicaria, relatando o absurdo que foi a revista Época, do grupo Globo, borrar os patrocinadores das gêmeas do nado sincronizado na capa de uma edição que continha um guia dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Pela foto não dá para ver direito, mas vi a capa da revista nas minhas mãos e constatei. Foi realmente um absurdo, como Bruno escreveu em julho passado. Porque é muito fácil você utilizar a imagem de duas meninas lindas, jovens e que as pessoas só começaram a ouvir falar no ano passado. A capa é estratégica até demais, se você olhar "por dentro" dela.

O fato é que Beatriz e Branca Feres ganharam muito destaque antes do Pan, visto que não eram favoritas no nado sincronizado. Foram votadas musas do Pan, entre outras bobagens. Mesmo que a beleza das meninas, de 19 anos, tenha ajudado na exposição delas, as duas são, antes de tudo, esportistas. E esportista que pretende seguir carreira olímpica precisa de um negócio fundamental chamado patrocínio.

Patrocínio esse que a Globo não fornece, o que eu acho correto. O problema é que só se arruma patrocinador com exposição na mídia. Os caras deram o dinheiro para elas disputarem campeonatos com base no que receberiam em retorno. Não que a Globo tenha que divulgar patrocinador dos outros, mas esconder assim nessa cara-de-pau? Eles estão usando a imagem delas!

As meninas, que com certeza não sabiam que isso aconteceria (acho que se fosse feito um acordo prévio, elas colocariam outro maiô sem nenhuma marca), foram as mais prejudicadas nessa história. Porque ajudaram, com certeza, a revista Época a vender muitos exemplares estampando suas imagens. Na hora de retribuir, apenas mantendo o nome daqueles que acreditaram nelas muito antes, nem pensar. Mas são duas carinhas bonitas para ficar na capa da revista.

A Época jogou o esporte no lixo, apenas explorando a imagem das duas gêmeas, que estão interessadas primeiramente no nado sincronizado e precisam de apoio para isso.

A Globo e o enquadramento "close-up no nariz"

O último caso diz respeito às transmissões de entrevistas coletivas de técnicos e jogadores de futebol, principalmente no canal Sportv. Esse é muito percebido por todos que gostam de futebol: o famoso close-up na cara das pessoas para não mostrar os patrocinadores dos clubes.

Apesar de que o mesmo raciocínio do caso das meninas pode ser aplicado aqui (os patrocinadores investem nos clubes para terem suas marcas expostas na mídia), a maior prejudicada aqui é a própria Globo. Afinal, não é nada agradável ver aquela cara expandida na tela inteira, escondendo boné, bancada, cadeira, microfone... às vezes eu tenho a impressão que o cameraman vai entrar no nariz da pessoa. E quando vemos isso naqueles telões de boteco? Dá até medo.

Enfim, a empresa mostra que o que importa é esconder a marca; qualidade fica em último plano. A emenda sai pior do que o soneto. Dá tontura ver aquelas imagens, e todo mundo sempre reclama. Se o telespectador é o que mais se incomoda com isso, por que a Globo continua com esse tipo de atitude? Será que eles não percebem que isso prejudica a própria emissora? Parece que não. Por isso que é tão bizarro.

Outro dia vi no Sportv uma matéria de pré-temporada de algum time europeu lá no Oriente Médio com um enquadramento bonito e todas as marcas aparecendo. As imagens eram da Reuters, claro. Não conheço nenhuma emissora que troque a qualidade de seu trabalho pelo anti-merchandising da Globo. Nem no Brasil e nem no exterior.

A Globo dos anos 1980 confundia o limite entre jornalismo opinativo e jornalismo mentiroso. Hoje em dia, confunde o jornalismo de conteúdo, que ela sabe fazer (e faz) tão bem, com seu Departamento de Marketing.

A conclusão que eu chego é de que a Globo, que se alinhou durante muitos anos à Ditadura Militar no Brasil, resolveu impor sua própria ditadura do anti-merchandising. E está feliz e satisfeita com ela.

Um adendo...

... ao último post publicado. Hoje, Cléber Machado fez uma referência à antiga Benetton no Arena Sportv, ao falar sobre Flavio Briatore. Mais uma demonstração da falta de critério da emissora nesses dias.

Fica aqui uma foto da saudosa equipe liderada por Briatore, aqui comandada por Nelson Piquet no GP dos EUA, em Phoenix, no ano de 1990.

A foto é do arquivo do site Forix e foi capturada por Ricardo Pereira.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A ditadura do anti-merchandising

Quando se fala na Central Globo de Jornalismo, hoje, é muito comum ouvir que ninguém faz jornalismo como ela. Mesmo que só ela tenha uma infra-estrutura realmente apropriada para o periodismo (principalmente em relação à TV aberta), nota-se também algumas diferenças da Globo de hoje e daquela de 20 anos atrás. E não me refiro apenas ao natural processo de evolução pelo qual o grupo passou.

Há quase 24 anos, a TV Globo noticiava que a população paulistana foi à Praça da Sé, em peso, para comemorar o aniversário da cidade (que acontece em 25 de janeiro). Todos lembram que, na verdade, aproximadamente 1 milhão de pessoas foram protestar em um comício a favor das Diretas Já. Ninguém aguentava mais ficar sem o direito de votar para presidente. O último dito cujo escolhido pelo povo havia sido Jânio Quadros, no longíquo ano de 1961. Durou 7 meses no poder, renunciou, fi-lo porque qui-lo, e o resto da história foi o vice João Goulart assumir o poder, para ser destituído pela Junta Militar literalmente no Dia da Mentira de 1964.

Essa história ficou famosa na época ("o povo não é bobo! Fora Rede Globo!" era um dos bordões em alguns protestos sindicalistas)e também para aqueles que estudam jornalismo. A Globo de hoje não é mais, ainda bem, a Globo daqueles tempos. Tempos de um mão-de-ferro chamado Roberto Marinho, sempre alinhado com quem estivesse no poder, e que quando morreu ainda foi imortalizado como"jornalista" Roberto Marinho. Tem até uma avenida em São Paulo com esse nome, cujo antigo nome é Águas Espraiadas. Alguns estudantes, um tempo atrás, tentaram mudar o nome dela, à força, para Avenida Jornalista Vladimir Herzog. Seria mais apropriado. Roberto Marinho, goste-se dele ou não, sempre foi empresário, e não jornalista. Uma coisa que eu me lembro bem é que ele morreu exatamente um dia antes do meu primeiro dia de aula, no primeiro semestre, na faculdade de jornalismo.

Realmente, a Globo não é mais aquela. Mas a Globo de hoje também tem seus problemas. O que mais me incomoda, e que não existia há 20 anos, é a atitude de "nos veículos do grupo, não vamos falar (ou mostrar) nomes de marcas ou produtos que não patrocinam a Globo". O problema é que o Departamento de Marketing da empresa, ou seja lá quem for o responsável por isso, passa dos limites do bom senso. Aliás, chega até o bizarro, em determinados casos. Tenho três exemplos diferentes, todos ligados ao esporte. No primeiro, a empresa prejudica a informação e confunde o telespectador. No segundo, prejudica os atletas, nunca apoiados por ela. E no terceiro,prejudica seu próprio trabalho, estragando a imagem, desprezando coisas como enquadramento certo e etc, apenas para não mostrar uma certa marca. Essa última, para mim, é certamente a mais bizarra.

Uma briga energética

O fato da TV Globo ter 'inventado' uma nova equipe na F-1 também foi bem bizarro. Porque só para eles que a Red Bull vira RBR, imortalizada na voz de Galvão Bueno. A mesma coisa acontece com sua 'filha', a Toro Rosso. Não faz o menor sentido. Será que deveríamos começar a tratar a Mercedes apenas como "a fornecedora de motores da McLaren" porque a montadora não patrocina a Globo, por exemplo? Ou chamar a BMW de Bayerische Motoren Werke? É o que a sigla signica, mas pelo menos disfarçaria a marca. A Honda, por sua vez, poderia ser simplesmente"Equipe H".

Alguém pode argumentar que as montadoras são fundamentais para o automobilismo, pois fornecem peças, motores, além de, obviamente,montarem os carros. Mas... o que a Red Bull faz é exatamente a mesma coisa. Eles compraram uma estrutura, que era da antiga Jaguar, para montarem carros de corrida. Eles não são apenas patrocinadores. Têm uma equipe real de F-1, e merecem ser tratados como tal, não importa se a Globo passe ou não comerciais dos energéticos.

Nesse caso, a Globo erra duas vezes. Primeiro, por tentar enganar seu telespectador. Ou pelo menos desvirtuá-lo, fazendo o anti-merchandising. Talvez uma pessoa que assista à F-1 pela primeira vez na vida não saiba que a tal da RBR é uma formada pelo grupo Red Bull. E mereceria saber porque isso é uma informação extremamente relevante. Enquanto isso, o fanático pela categoria sabe que a RBR é a Red Bull e se sente um idiota quando o Galvão solta essa sopa de letrinhas. Isso tudo às custas do Departamento de Marketing, que é muito mais importante que o consumidor, logicamente. Informação de cal é ralo.

Só para lembrar: a Benetton, marca de roupas italiana, teve uma equipe na F-1 entre 1985 e 2001, comprada posteriormente pela Renault. Foram dois títulos de pilotos com o Schumacher, em 94 e 95. A escuderia sempre foi conhecida como Benetton. O Galvão sempre falou "Benetton". Ainda bem que era assim. Nessa hora, da até saudade da Globo daqueles tempos.

Um adendo final a esse episódio particular. A Red Bull criou aquela corrida de aviões lá, chamada de Red Bull Air Race. Eles até voaram no Rio de Janeiro no ano passado, se eu não me engano na Baía de Guanabara. A Globo achou o esporte suficientemente interessante para destacá-lo em sua restropectiva de 2007.

Pena que eles resolveram inventar de novo. E chamaram o evento apenas de "Air Race". É mais um desses absurdos. Os caras criaram o negócio, meu deus. O mínimo que a Globo deveria fazer era creditá-los e chamar o evento pelo seu nome adequado. Ou então não noticiá-lo. O mais engraçado é que o Sportv transmitiu algumas corridas da Red Bull Air Race, com sua denominação 'original'. Para mim, é um mistério.

Mistério esse que não deveria ser explicado, e sim resolvido. A temporada 2008 da F-1 está para começar, daqui a dois meses. Mas depois desse tal de "Air Race" na retrospectiva, já perdi minhas esperanças de que o Galvão solte um "e lá vem um carro da Red Bull!".

Como esse post já ficou gigante demais, as outras duas histórias ficam para o próximo, na quarta ou na quinta-feira.

Enquanto isso, pense nesse negócio do anti-merchandising.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Tuvucanadá - Rush, Parte Final

Depois de tantos dias e seis partes, chegamos ao final dessa jornada Rushenta em Toronto. Um dia após o show, no domingo (23/09) a Rushcon seria encerrada com algumas atividades bem interessantes.

A primeira delas seria, para mim, a mais esperada. Uma turnê pela SRO Anthem Records, nada mais nada menos do que a gravadora dos caras. Na mesma rua do Days Inn Hotel (onde acontecia a convenção), a Carlton Street, rumei com o grupo de pessoas de meia-idade em sua maioria para conhecer o local.

Antes disso, já havia lido que um fã tinha tentado aparecer lá na Anthem (cuja fachada -na foto ao lado - não possui nada de especial, nem mesmo o nome da empresa) e pedido para entrar e ver os discos de ouro do Rush. Não conseguiu, mas sugeria que, para quem quisesse tentar, que ligasse para a gravadora, se apresentasse e pedisse para fazer um tour por lá.

Percebi que não seria fácil, e a principal razão para eu ter pagado a taxa inteira da Rushcon (que custava CAD$ 65 e incluía todas as 'atrações') era justamente essa tour pela SRO Anthem. E ela não decepcionou. Tirei muitas fotos daquela quantidade imensa de discos, cds, cassetes, vídeos e dvds de ouro e platina.


Duas coisas me chamaram mais a atenção. Primeiro, umas fotos presas em um mural com fotos da banda em seus primórdios, anúncios de shows do Rush em 1973 e 74, algumas delas até da época que a banda tinha um quarto integrante (o segundo guitarrista Mitch Bossi, salvo engano).
A segunda é a pintura original da capa do disco Power Windows, de 1985, feita pelo eterno designer das capas do grupo, Hugh Syme, e que pertence a Neil Peart. Tirei uma foto com a pintura e também da assinatura de Syme, no canto posterior direito da figura.

OBS: Ontem eu estava lendo uma biografia do Kiss, chamada Por Trás da Máscara, e descobri que o Hugh Syme fez o design da capa do Revenge, disco de 1992 que trouxe o quarteto mais capitalista do Rock 'n' Roll de volta às suas origens. Gosto muito desse álbum, e também de sua capa.

Voltando ao hotel com o resto do grupo, fiquei lá e conferi um pedaço do leilão beneficente que começou a rolar. A galera gastou muita grana (lembro de um simples poster autografado do Neil Peart sair por uns CAD$ 300). Logicamente que eu não participei, pois não tinha cacife para isso. Além do mais, se fosse para gastar aquela quantidade de dinheiro com a banda, que fosse para comprar um livro que contém todos os tourbooks da banda até 2004, e que estava à venda na convenção em uma estante da Anthem. Não trouxe por causa do preço e também por causa do peso na mala. De qualquer maneira, foi divertido ver aquela galera se digladiar para levar os itens.

A última atração da Rushcon era no domingo à noite, em que a galera se reuniria no pub que o Alex Lifeson é sócio, chamado The Orbit Room. Confesso que o lugar é simples, com uma decoração mais ou menos. Mas tinha uma bandinha tocando um som diferente (nada a ver com o som do Rush, mas bem legal) e uma galera bem eclética. Não estava lotado, mas com uma galera até.

Lá, conheci melhor o pessoal da Rushcon, conversei também com quem eu já havia sido apresentado e fiz um grande amigo, o Regan, que me deu uma grande força enquanto eu estive em Toronto. Além disso, também me deu um cd do Max Webster (banda canadense 'irmã' do Rush, que abriu shows deles na época do Moving Pictures - e cujo guitarrista, Pye Dubois, é co-autor de Tom Sawyer) que tem a música Battle Scar, gravada com a participação dos três integrantes do Rush.

No Orbit Room, conheci um amigo do Regan, o japonês Seiji Harada, que dois meses depois me forneceria gentilmente suas fotos do show para que eu mandasse para a Rock Brigade publicar ao lado do meu review (considerando que as minhas imagens não eram nem um pouco aproveitáveis, por causa da já mencionada lonjura entre eu e o palco).

Mesmo que eles não entendam nada desse texto em português (o Seiji não entendia nem inglês direito), um grande abraço aos dois.


Veja aqui as outras cinco partes da jornada:

Tuvucanadá - Rush, Parte 5 (o show)

Tuvucanadá - Rush, Parte 4

Tuvucanadá - Rush, Parte 3

Tuvucanadá - Rush, Parte 2

Tuvucanadá - Rush, Parte 1 (review)

domingo, 6 de janeiro de 2008

Tuvucanadá - Rush, Parte 5 (o show)

O review já está publicado em alguns posts abaixo. Agora, falarei um pouco sobre como foi assistir ao trio canadense em sua hometown, do ponto de vista pessoal.

Estava eu no Days Inn Hotel, na Carlton Street, para pegar o ônibus com o pessoal e rumar ao Air Canada Centre. Era um ônibus escolar, cuja foto está logo abaixo. Uma mendiga (sim, existem muitos mendigos em Toronto - e a vasta maioria deles são brancos, o que me chamou a atenção, já que a população negra e latina na cidade é muito grande) fez graça comigo: "cool, a schoolbus!", porque eu estava me impressionando com um simples ônibus escolar. Aqui, os veículos escolares não são caracterizados assim, expliquei bufando.



No caminho, sentei do lado de um homem de uns 45 anos, norte-americano de um estado que eu não lembro, mas que era daqueles que tinha visto o Rush pela primeira vez na época do A Farewell to Kings (1977). Ele ainda soltou: "eu não sei quantos shows eu assisti, mas acho que esse deve ser o 40 e poucos; porém, esse é o primeiro deles que eu vou ver em Toronto, na casa da banda". O sentimento era parecido com o meu; a diferença é que seria apenas meu segundo show.

Chegando ao local, coloquei uma bandeira brasileira (que era do Lloyd, meu homestay canadense) enrolada nas costas. Nunca fui desse tipo de 'patriota', de querer comemorar o fato de ser brasileiro. Muitos faziam isso na escola onde estudei em Toronto: iam todo dia com a camisa do Brasil, tocavam samba alto, falavam português o tempo inteiro... demonstrando um orgulho e patriotismo forçado. A minha saudade de casa eu guardei para mim, já que não estava no Canadá para divulgar meu país.

De qualquer maneira, como eu disse, quis enrolar a bandeira nas costas. Como o Rush (e o Rock 'n' Roll em geral) é importante demais para mim, esse foi o jeito que eu encontrei de demonstrar que o Brasil estava também representado naquele evento. Era apenas um símbolo para mim. Afinal, o Brasil é um dos países mais Rock 'n' Roll do mundo.

Quando desci do ônibus, o Sam Dunn - aquele do documentário sobre os fãs de metal e que já tinha me entrevistado para o documentário sobre os fãs do Rush - estava fazendo umas imagens para esse mesmo filme, que deve sair em 2009. Naquele momento, um cara que estava na Rushcon ficou fascinado com o fato de eu ter vindo do Brasil e me deu um cd com o áudio do show da banda em Tampa Bay, em junho de 2007. Quando eu estava agradecendo a boa e incógnita alma, Sam pediu para o câmera dar um close na bandeira - e em mim. Confesso que bateu uma vergonha. Mas me comuniquei com a câmera, já que não havia muito o que fazer.

Rumei para a fila, que era grande, porém organizada. Entrei com uma máquina fotográfica escondida (o que foi extremamente desnecessário, já que a revista foi zero), dei umas voltas para ver o merchan da banda e as barracas de hot-dog. Nossa senhora, quanta besteira que vendia naquele ginásio. Pipocas e refrigerantes gigantes compunham o cenário do público.

Quando cheguei no meu lugar, já comecei a me arrepender de não ter comprado o ingresso mais caro, na pista. Era longe demais do palco, mas pelo menos eu conseguia ver o telão. Não foi o que aconteceu três semanas depois, quando fui assistir ao Van Halen no mesmo local. Mas essa história fica mais para frente. Por ora, fica a imagem da distância entre Tuvuca e seus ídolos Lee, Lifeson e Peart.



Fui um dos primeiros a entrar, então é lógico que quando eu sentei no meu devido lugar marcado, o ACC ainda estava vazio. Faltando meia hora, lotou tudo. Fiquei surpreso, porque achei que sobraria lugar. Mas o público de aproximadamente 30 mil pessoas era praticamente sold-out. Tentei pregar a bandeira na grade em frente à arquibancada. Não me deixaram, como já imaginei que aconteceria. "You can't do this kind of stuff here", disse a moça para mim, em um misto de educação e surpresa pela minha atitude.

Quanto a esse negócio de lugar marcado, confesso que não tenho opinião formada sobre tal assunto. Nossa cultura é muito diferente. Um dia, pensarei melhor e tentarei chegar a alguma conclusão. Vi da arquibancada aquela pista com o pessoal todo em pé, mas parado, organizadinho, respeitando o lugar do próximo. É realmente muito estranho.

O show começou com Limelight, todo mundo levantou, cumprimentou a banda e sentou calmamente para ver os caras. Foi muito engraçado. Mas a galera gritou bastante quando Geddy disse que Toronto era como um "big club" para o Rush. "That`s our hometown", ele completou. A foto abaixo, que mostra um pouquinho do público, foi tirada durante a execução de Dreamline.


Quanto às musicas em si, deixo o review supramencionado e suprapublicado para quem quiser maiores detalhes. Só digo que eu me policiei para não ler o set-list antes do show e não estragar as surpresas. Lembrava que eles estavam ensaiando Entre Nous para a tour, mas fiquei emocionado quando eles tocaram essa pérola do Permanent Waves, que começou a ser executada ao vivo justamente na turnê do Snakes And Arrows. Antes disso, apenas na gravação do PW, em 1979.

As que mais me surpreenderam foram Circumstances, A Passage to Bangkoc (adoro esse som) e Witch Hunt. Em The Spirit of Radio, admito que fiquei muito emocionado. Gosto de acreditar na liberdade da música, como diz a letra. Para mim, The Spirit of Radio (e não "The Spirit of the Radio", como alguns profanizam) é a melhor faixa que os caras já compuseram. Mescla a virtualidade com o pop, o rock com o reggae, o complicado com o pegajoso. A energia que sua letra passa é magistral, na melhor das canções que falam sobre música. Um ótimo e esquecido tema, na minha opinião.

No intervalo, fui dar uma volta e encontrei um outro brasileiro, de Natal, que estava em Toronto estudando e trabalhando. Conversei com o cara, que não era muito fã da banda mas estava adorando o show. Era realmente impossível não se impressionar com eles. Eu virei fanático pelos três justamente depois do show de SP, em 2002.

Depois desse concerto, o fanatismo só aumentou. E só tende a aumentar. Se os caras vierem mesmo neste ano para cá, estarei nas primeiras fileiras. Podem apostar.

Assim, fica o registro desta histórica data de 22 de setembro de 2007. Na minha memória, um dos maiores shows de todos os tempos.

Veja aqui as outras cinco partes da jornada:

Tuvucanadá - Rush, Parte Final

Tuvucanadá - Rush, Parte 4

Tuvucanadá - Rush, Parte 3

Tuvucanadá - Rush, Parte 2

Tuvucanadá - Rush, Parte 1 (review)

Esqueçamos 2007...

...e um Feliz 2008, com alguns dias de atraso.

Pessoalmente, o ano de 2007 foi um dos mais chocantes da minha vida. Muitos sustos. Mas a vida segue, o ano muda e a cabeça continua erguida.

Um ano novo fera para todo mundo.