terça-feira, 17 de novembro de 2009

Mala... de dinheiro!


Estamos em uma reta final de Campeonato Brasileiro. Fala-se sobre julgamentos estranhos no STJD. Decisões incoerentes da arbitragem. Supostas ajudas a São Paulo, Palmeiras, Flamengo e agregados.

O entorno do futebol é um saco. É um saco tão grande que mancha o esporte e o deixa ainda menos atraente, não bastasse o baixo nível técnico dos times que não conseguem segurar seus craques, apesar das melhoras de 2009, quando assistimos a Ronaldo, Adriano e Fred, além das boas fases de Diego Tardelli e Diego Souza, entre outros.

Mas não vou ser mais um que questionará o gol maluco que o juiz anulou e desanulou no Palmeiras x Sport. Nem ficar perguntando como que o Simon pode ir para sua terceira Copa fazendo cagada pós-cagada. Comentarei sim a mala preta do Barueri.

"Preta?", alguém há de perguntar. Sim, preta. O que diabos é a "mala branca"? Muitos, incluindo grande parte da imprensa, consideram que mala preta é o "incentivo financeiro (dinheiro) para um outro time perder um jogo" e a mala branca define o "incentivo financeiro (dinheiro) para um outro time ganhar um jogo". Mas... quem inventou essa convenção?

Meu ex-chefe de FOL, Eduardo Vieira da Costa, dizia e defende a tese de que a "mala branca" é uma invenção recente da imprensa apenas para diferenciar da "preta", que teria uma conotação negativa. Há alguns anos, tudo era "mala preta". Mas algum gênio redefiniu os termos e os jornalistas embarcaram em mais um desses jargões futebolísticos malucos.

Edu diz também que essa coisa de mala preta e branca pode até passar uma indesejada conotação racial, a qual não creio que tenha motivado a criação do termo. Mesmo assim, concordo que a mensagem possa ser entendida dessa forma pejorativa. Concordo 100% com o veto da "mala branca". O R7 (ainda bem) pensa a mesma coisa.

Isso tudo era um desespero para um ex-colega meu, de nome Leandro, também jornalista e que ficava louco com a FOL. Ele mandou uns 200 e-mails, em diferentes campeonatos, nos chamando de imbecis porque "confundíamos" as malas pretas e brancas, azuis e vermelhas, e coisas do tipo.

Tudo condenável

No fim das contas, tudo deveria ser chamado de "mala de dinheiro" mesmo. E é tudo condenável. Se uma é condenável esportivamente, a outra é condenável profissionalmente. Nenhum time deve receber dinheiro de outro time (seja dirigente, jogadores ou até mesmo torcedores) para se dedicar mais em determinada partida. Isso não tem o menor sentido. O salário acertado em contrato deve suprir isso. Nada mais.

Quer dizer que o Corinthians, por exemplo, precisa de dinheiro do São Paulo para tentar ganhar do Flamengo? Não basta um negócio chamado "dedicação à profissão"? Aliás, existe isso no futebol?

E essas relações libidinosas entre clubes precisam ser combatidas. Cada um que cuide do seu. E todos os jogos precisam ser disputados em iguais condições entre os adversários. O que significa, por exemplo, que o Flamengo não deveria poder proibir o Palmeiras de escalar o Obina em um confronto entre os dois. Se ele jogou contra todos os outros, tem que encarar o Mengão também. Condições iguais. Quem mandou emprestar?

Obina, um dos principais jogadores do Palmeiras atual, não jogou na partida entre os dois, válida pela 30a. rodada do Brasileirão, no Palestra. E o Mengão meteu 2 a 0. Se Obina tivesse jogado, quem sabe o Palmeiras não teria ganhado? Agora, seria o líder do Brasileiro, empatado com o São Paulo, e poderia ter tirado o Flamengo da briga.

Mas quem vai se preocupar com essas coisas pequenas, que envolvem palavras estranhas como "ética" e "moralmente condenável"? Melhor dizer que vai investigar e deixar tudo do jeito que está. Mudar para quê?

Não podemos esquecer que a prioridade do STJD é punir jogadores que já foram punidos em campo por suas infrações. E depois, é claro, "despuní-los", revertendo a suspensão para cestas básicas e papagaiadas do tipo. Além de tirar mandos de campo por motivos nebulosos.

É um saco mesmo. Que bom seria se o esporte fosse a manchete, e não o detalhe, do futebol...

Um lapso de inspiração...

...me faz querer escrever um texto de novo, depois de três meses e meio.

Desde agosto, como já comentei no post anterior, passei por mudanças que me tiraram o tempo necessário para escrever. Sem contar que nunca fui um blogueiro assíduo, longe disso, e só gosto de escrever sobre assuntos que me inspirem de verdade ou que estejam fora da atenção da mídia.

Mas o fim da temporada da F-1 e a chatice do Campeonato Brasileiro me trouxeram motivação. Primeiro, falarei do segundo tema. Daqui a alguns dias, comentarei o primeiro.

Segue.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dois meses e três dias...

...sem postar. Esse tempo foi extremamente corrido, marcado por grandes mudanças e que não motivaram esse blogueiro a escrever.

Continuarei com ele assim por algum tempo. Os poucos que o acessam, portanto, que curtem os posts antigos. Peço desculpas.

Agora, pelo menos, o blog está com um layout novo para facilitar a leitura. O irônico é que não há nada de novo para ler...

No Twitter, ainda estou sempre atualizando pelo @tuvuca. Siga por lá.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Libertadores + desmanche = pressão

Há um mês e um dia, o Corinthians levantava a taça de campeão da Copa do Brasil em Porto Alegre. Neste domingo, um Corinthians completamente diferente empatou com o Avaí por 0 a 0 pela 16a. rodada do Brasileiro, no Pacaembu.

Não vou aqui repetir o que muitos cronistas, comentaristas e pessoas em geral alertam sobre o que o Corinthians pode se tornar após ter perdido três titulares (Cristian, André Santos e Douglas) e três reservas (Saci, Lulinha e Otacílio Neto). Irei me concentrar no que representa a disputa da Libertadores no ano do centenário corintiano.

Só uma coisa é pior do que o desempenho do Corinthians nesse torneio, que já foi vencido por São Paulo (três vezes), Santos, Grêmio e Cruzeiro (duas), e Flamengo, Vasco e Internacional (uma). O fato de clube, torcida e time não suportarem as quedas na competição.

A falta de conquistas na Libertadores é um trauma para qualquer corintiano, principalmente pelo estranho e inusitado fato que a equipe já foi campeã mundial sem nunca ter nem chegado a uma decisão em seu próprio continente -coisas da Fifa.

A torcida já se revoltou diversas vezes contra o time por conta de derrotas na Libertadores -os casos mais lembrados são recentes, em 2000 e 2006, anos em que a equipe quase foi agredida por torcedores depois de ser eliminada. Nessas ocasiões, e também em 2003, o time desabou no torneio seguinte, o Brasileiro.

Dessa maneira, esse desmanche pode ser sim um tiro no pé. Cristian, André Santos e Douglas, apesar dos altos e baixos desse último, eram essenciais no grupo e precisam de substitutos fortes. Edu, ídolo porém veterano, não é suficiente.

Antes das saídas confirmadas, especulava-se que Ronaldo só ficaria no Corinthians em 2010 se o time mantivesse a base, o que já não aconteceu. E se ele sair? Em quem a torcida depositará confiança e, por conseguinte, pressão? Nos bons coadjuvantes Alessandro, Elias e Jorge Henrique? Nos jovens Dentinho, Jucilei e Marcelinho? No Chicão, que é só zagueiro e não resolve na frente? No goleiro Felipe, cuja permanência ainda nem é 100%certa?

Um pouco em todo mundo, muito provavelmente. E é isso que assusta. Um possível fracasso na Libertadores no ano do centenário pode recolocar o Corinthians em uma gigantesca crise, com debandadas, discussões e problemas internos, como aconteceu nas eliminações mais recentes.

Por isso, é bom que Andrés Sanchez e diretoria tomem cuidado e percebam que esse jato imediato de dinheiro pode gerar um imenso problema daqui a um ano. E todo o bom trabalho iniciado em dezembro de 2007, diretamente do fundo do poço, com a contratação de Mano Menezes, pode ir por água abaixo no ano que vem.

Que não se iludam. O centenário é muito mais do que uma grande festa. É sim um ano de imensa responsabilidade. Precisa fazer mais do que o máximo para satisfazer a torcida.

Torcida essa que, por sua vez, precisa aprender a perder a Libertadores e também compreender que o torneio é superdifícil de conquistar. O Palmeiras, por exemplo, perdeu três finais e ganhou só uma. O São Paulo ganhou três e perdeu duas. O Grêmio venceu duas e perdeu outras duas. Não é fácil, realmente.

No sábado, o pior dirigente atualmente no Corinthians, o falastrão e cheio de pose diretor de futebol Mário Gobbi, foi agredido por torcedores. Isso já é resultado da pressão da Libertadores-2010. É melhor tomar cuidado e rezar para que haja um planejamento e uma boa possibilidade para a equipe de buscar o mais inédito dos títulos.

Se isso não acontecer, o centenário, teoricamente um ano de festa, pode se tornar um ano dos mais tristes na história corintiana, como têm sido as temporadas de derrota na Libertadores.

domingo, 19 de julho de 2009

Tudo muito engraçado

No começo do ano, mais precisamente no dia 9 de março, Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro, ficou bravo.

Ronaldo, em entrevista ao Faustão, ainda bem acima do peso e logo após estrear pelo Corinthians, brincou ao lembrar o início da carreira: "No Cruzeiro eu passava fome, era magro porque não tinha o que comer."

Perrella tomou as dores. Em nota oficial, disse tudo isso:

"A estúpida declaração do jogador Ronaldo Nazário no programa Domingão do Faustão, ao afirmar que era magro porque passava fome quando jogou pelo Cruzeiro nos causou enorme estranheza. Primeiramente, o Cruzeiro Esporte Clube quer esclarecer que magro, desnutrido e sem base educacional era o garoto que chegou para treinar no clube no início da década de 90.

Na Toca da Raposa Ronaldo recebeu acompanhamento de nutricionistas, preparadores físicos e também de professores para dar-lhe educação formal. Tal transformação foi tão extraordinária que o atleta, com apenas 17 anos, foi convocado para a Copa do Mundo de 1994.

Infelizmente, com o passar do tempo um dos maiores jogadores do planeta passou a ocupar mais espaço nas manchetes por causa de suas atitudes fora das quatro linhas do que dentro dos gramados. Com uma vida conturbada e polêmica, recheada de escândalos e controvérsias, Ronaldo parece ter perdido o equilíbrio que se espera dos grandes ídolos."

Ou seja, sobrou até para a vida pessoal do atacante, em um caso no qual o tom de brincadeira era explícito.

Mas tudo passa. Perrella, que nunca se desculpou por essas palavras dirigidas ao ex-ídolo cruzeirense, entregou hoje uma placa a Ronaldo por seus feitos pelo clube mineiro. Posou lá, todo bonitão, com o jogador mais badalado do Brasil.


É claro que a homenagem do Cruzeiro é bonita e justa, diferentemente da postura e atitude de seu presidente.

E tem mais: se você tentar seguir o link da nota oficial publicada pelo presidente do Cruzeiro em março, no site oficial do clube, endereço este registrado na matéria feita na época pela Folha Online (que acho até que foi escrita por mim), você simplesmente não consegue abrir a nota -é direcionado para a home do site oficial.

Afinal, é mais fácil (tentar) apagar o passado do que (tentar) corrigi-lo.

Crédito da foto: VipComm/Divulgação

Tuvutwitter

Sempre disse para mim mesmo que só escreveria no blog quando tivesse algo diferente e interessante para dizer. Essa condição, aliada a falta de tempo, me fez com que eu o atualizasse muito pouco nesse um ano e meio escrevendo nesse endereço.

Bom, "encontrei" uma solução para essa intermitência. Vou usar o Twitter para as atualizações curtas, como zilhões de pessoas já fazem, e este blog fica apenas para os textos mais profundos -como já acontecia.

Como sou genial!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

E o Rei se vai


Claro que esse post deveria ter entrado ontem, no auge da comoção, mas infelizmente a internet não permitiu. Eu já até havia reformulado todo o layout do blog que, atendendo a pedidos, ficará desse jeito a partir de agora para facilitar a leitura.

E com esse novo layout dedico o post ao acontecimento que ninguém consegue ignorar. A morte de Michael Jackson reflete, de certa forma, sua própria vida. Trágica, estranha, grandiosa, inesperada. Fui um dos que ficou não apenas chocado, mas até abalado com o que aconteceu.

Em fevereiro do ano passado, quando "Thriller" ganhou uma edição comemorativa de 25 anos, escrevi isso sobre o Rei do Pop, rasgando elogios ao álbum e comentando a triste fase pela qual o cantor passava.

Tudo pareceu mudar nesse ano. Com o anúncio de que ele faria diversos shows em Londres para se despedir dos palcos, eu sorri ao acreditar que ele poderia sair da música de forma triunfal. Cantar e dançar uma última vez os seus sucessos, que compôs e que refletem o tempo em que tudo parecia correr bem.

Infelizmente, a infância estelar mesclada com a relação tumultuada com o pai e as futuras excentridades e controvérsias apontaram a morte lenta do ídolo. Que culminou no dia 25 de junho de 2009, sem dar a ele a chance de subir ao palco uma última vez. Voltar ao lugar que o elevou a mito.

O fato de morrer tão próximo dos shows impossibilitou o retorno triunfal do herói. Ele chegou ao topo e depois foi ao fundo do poço, inclusive financeiramente, sem poder se recuperar. Agora, para muitos, resta saber o que a necropsia irá apontar como causa de sua morte. Mas, no fim das contas, não fará diferença alguma.

Topo

Acho "Bad", e principalmente "Dangerous", bons discos. O fato de eles não chegarem a 10% do que foi o "Thriller" não os torna ruins, mas indicam a decadência do músico e megalomaníaco Michael. Essa decadência se acentuaria a tal ponto que acabaria matando a carreira artística do Rei do Pop.

Mas todo seu legado fica, principalmente "Off the Wall", disco que escuto nesse momento, e "Thriller" (inclusive o videoclipe), além de seus trabalhos anteriores com o Jackson 5 e The Jacksons.

Hoje, a música pop perdeu o maior de seus ícones e tenho certeza que nunca irá se recuperar -como nunca se recuperou depois que Michael se "aposentou" há alguns anos.

Aos 25 anos, em 1983, MJ colhia os frutos de "Thriller" e vivia seu auge. Morreu exatamente 25 anos depois. Parece que a trajetória de sua vida foi simetricamente perfeita, desenhando o caminho até o topo e a posterior queda.

E ele era tão grande que tinha que morrer aos 50 anos, como símbolo de alguém que nunca quis envelhecer.

Já o pobre Tuvuca não tira de sua mente a passagem de MJ pelo Morumbi em 1993, que não pude acompanhar por causa da pouca idade.

De qualquer forma, o primeiro CD que eu comprei na minha vida foi o "Dangerous" (ou segundo -não lembro se comprei o "Skid Row" antes), lá por 1992. Hoje, infelizmente não o tenho mais, mas possuo uns 400 discos, e ele será para sempre especial por ter ajudado a despertar meu amor pela música.

Só por isso eu já te agradeço, MJ.




quinta-feira, 25 de junho de 2009

O acordo


Apenas para registro, porque não pude postar ontem. Primeiro, acertei parte de minha previsão:

Creio que, no fim das contas, a FIA vai dizer que Ferrari, Red Bull e Toro Rosso não podem sair, que eles têm contratos a cumprir e blablabla. Bernie Ecclestone dará sua dose de contribuição nas intimidações, ameaçando processos, e a coisa toda continuará indefinida.

Logo depois disso, a FIA afirmou que processaria as equipes. No entanto, tudo acabou resolvido em seis dias, para surpresa de todos. Mosley concordou em sair. A Fórmula 1 não terá teto em 2010. E todo mundo ficou feliz.

Aparentemente, as equipes venceram, e Mosley não pareceu ter ligado em perder. Acho que ele se encheu de tudo isso e resolveu confirmar sua saída. Afinal, não está passando pelo melhor dos momentos em sua vida pessoal -um de seus filhos morreu recentemente de overdose.

Apesar disso, tem gente que aposta que ele vai continuar mesmo assim. Para mim parece improvável, mas não duvido de nada envolvendo esses caras.

No fim das contas, Ecclestone deve ter ficado bem rico, e a F-1 vai continuar do jeito que está, só que com mais controle das equipes. E a novela que se arrastou por tanto tempo foi resolvida rapidinho após as equipes anunciarem a F-Fota.

E vamos embora porque temos coisas bem mais importantes para tratar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O racha


A Fota (Associação das Equipes da F-1) acabou de anunciar que vai iniciar as preparações para organizar seu próprio campeonato e deixar Fórmula 1, FIA, Max Mosley e Bernie Ecclestone para trás.

Não vou ficar lamentando toda essa lenga-lenga, a inabilidade em atingir um acordo, a onda de comunicados oficiais e as chatices dos dirigentes. É isso tudo que eu acho. Uma chatice.

Claro que o teto orçamentário é o maior pretexto, mas na verdade as equipes querem mesmo é ganhar mais grana e mandar no campeonato. E Mosley é um cara meio de ferro, nada derruba ele, então há de se imaginar que a FIA vai reagir à altura a esse anúncio da Fota. Tem muita coisa para acontecer ainda.

Muitos acham que é apenas uma ameaça da Fota, e que tudo vai ser solucionado como se nada tivesse acontecido. Também tenho essa impressão, com uma ressalva -se a FIA cumprir o prometido e anunciar oito equipes no lugar das oito que saíram, aí acho que a vaca vai pro brejo mesmo. Afinal, como vão poder excluir essas novas escuderias depois de as terem aceitado?

Creio que, no fim das contas, a FIA vai dizer que Ferrari, Red Bull e Toro Rosso não podem sair, que eles têm contratos a cumprir e blablabla. Bernie Ecclestone dará sua dose de contribuição nas intimidações, ameaçando processos, e a coisa toda continuará indefinida.

Mas se Mosley aceitar a cisão e anunciar as novas equipes, o automobilismo verá sua relevância no esporte diminuir imensamente, o que é lamentável.

Teríamos o campeonato das montadoras, que provavelmente receberá bem mais destaque por contar com a Ferrari e as equipes e pilotos melhores e mais famosos. Já a F-1 terá como trunfo as pistas, a estrutura, e a tradicional e hoje pequena Williams, que desfilará nos traçados ao lado de algumas aventureiras -incluindo aí a Force India, por mais que ela participe da categoria atualmente.

Mas uma coisa nesse comunicado da Fota me chamou a atenção com um olhar positivo: "Esta nova série terá um sistema de administração transparente, apenas um tipo de regra, encorajará os iniciantes e trará vantagens para os fãs, como ingressos mais baratos, em todo o mundo" - segundo tradução da AFP.

Se essa promessa da redução dos preços dos ingressos for cumprida, seria fantástico para os fãs da categoria, além de ser uma atitude simpática.

Outra intenção da Fota é voltar a correr em circuitos tradicionais ignorados por Ecclestone, como Montréal, por exemplo, algo que também beneficiaria os aficionados pelo esporte, que são muitos nesses locais. Espero que Interlagos consiga uma boquinha nesse campeonato se ele virar.

Mas o ideal mesmo é que essa guerra política diminua e que todo mundo coma logo essa pizza, coisa que eles estão, no fundo, louquinhos para fazer.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Reunited


Não sou o maior dos fãs do Faith No More, mas considero o álbum "The Real Thing" o melhor disco de rock dos anos 90 -apesar de ele ter sido lançado em 1989, representou uma injeção de ânimo no estilo e abriu caminho para novas (para mim, ruins) vertentes, como o new metal. Ainda vou fazer um post, esse ano, lembrando os 20 anos do lançamento (tenho no blog aquela seção esquecida das "efemérides do rock").

Apenas por isso, a reunião da banda com quase todos os integrantes de "The Real Thing" -a exceção é o guitarrista- foi uma das melhores notícias recentes no rock 'n' roll. Fizeram os primeiros shows na semana passada, e eles já estão completos no YouTube (quanta modernidade!).

O vocalista Mike Patton não é o mesmo do início da década de 1990, mas tem uma ótima e louca performance, entrando com uma bengala no palco, e pulando, gritando, urrando, e até cantando, o tempo inteiro. O setlist, por sua vez, é sensacional.

Todos eles, tirando o batera Mike Bordin, vestem ternos, e mantêm o aspecto comédia da banda. Para começar o show, em vez de um hit pesadão, como "From Out of Nowhere" e "Falling to Pieces", resolvem lançar um cover de uma baladinha romântica, que nunca haviam gravado, com o sugestivo nome de "Reunited" (hit de 1979 da dupla soul Peaches & Herb). A letra conta a história de um casal todo feliz e apaixonado com a volta de seu romance, após um tempo separado.

Eu achei a sacada sensacional. É totalmente anti-clímax abrir o show tocando uma música que quase ninguém conhece e que não tem nada a ver com a banda. Mas, assim, celebram a própria reunião, com aquela cara canastrona que não se pode levar a sério. É só ver o vídeo.

É bom saber que os caras voltaram de bom humor, que sempre marcou esse que é um dos grupos mais originais e criativos do hard rock/heavy metal da segunda metade da década de 1980. Foram ao topo nos anos seguintes, mas cansaram dessa vida há 11 anos.

Agora, voltaram, e que essa reunião renda ótimos frutos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O homem não sabe voar

Acidentes aéreos costumam chocar muito as pessoas. Talvez porque todas se apavorem ao pensar na possibilidade de passar por uma situação dessas, sem nenhum controle ou saída.

Ainda mais em casos como o do AF 447 da Air France, que caiu na semana passada próximo a Fernando de Noronha, ou do voo 1907 da Gol, que se acidentou na mata da região centro-oeste do Brasil em 2006. Ambos ocorreram com o avião em plena altitude de cruzeiro, simplesmente despencando dez, nove quilômetros, rumo ao inevitável encontro com o desconhecido.

É verdade que a falta de referências visuais, que estão aparecendo só gora, ajudou a amenizar o choque por conta da queda do Airbus da Air France. Neste aspecto, muito pior foi o acidente com o voo 3054 da TAM, em 2007, que atingiu o brasileiro, particularmente o paulistano, no coração.


Aquele incêndio no prédio da TAM Express, com o Air Bus da mesma TAM inteiramente destruído em plena av. 23 de Maio (que na verdade se chama Washington Luís naquele trecho, mas é tudo 23 no fim das contas), confirmou um pesadelo para aqueles que passam de carro por ali e sempre temeram um acontecimento desses.

E meu texto, na verdade, é apenas para me colocar como uma dessas pessoas. Aquelas que se assustam de verdade com um acidente desse porte, e sonham frequentemente com isso. Quando o avião da TAM apareceu na tela da TV, meu pesadelo virou realidade, apesar de, na hora, a cobertura incessante dos Jogos do Pan-Americano do Rio me distrair.

Antes daquele início de noite de 17 de julho de 2007, sonhei diversas vezes com a imagem de um avião caindo na 23 de Maio ou na av. Bandeirantes. Não quero posar de Nostradamus nem nada, e digo que esse pesadelo era totalmente justificável e, acredito, não tinha nenhum teor premonitório. Até onde eu sei, pelo menos.


Cresci respirando aviação - na foto, sou eu, com uns quatro anos, segurando um pôster que tinha pendurado no meu quarto. Minha mãe trabalhou a vida inteira na Vasp e meu pai seguiu caminho parecido na área de logística. Quando criança, tinha o sonho de ser piloto e trabalhar no que é, para mim, a máquina mais sensacional já criada pelo homem. O foguete, que leva o homem para o espaço, é privilégio de quase ninguém, então perde.

Com o tempo, percebi que não tinha muito jeito para entrar no ITA, virar engenheiro, piloto, sei lá mais o quê. É coisa demais para aprender, preferi seguir na Comunicação, área menos técnica e "intelectual", digamos.

E também fui crescendo com esses acidentes cada vez mais sérios no Brasil, primeiro em 1996 e depois agora - desde o acidente da Gol até esse da Air France -, que expõem uma sequência de fatos lastimáveis, incluindo falhas, erros e tristes coincidências, que atingem o setor áereo do Brasil.

Em menos de quatro anos, batemos todo tipo de recorde negativo no que diz respeito a acidentes aéreos no país. É realmente triste ver que essa máquina tão sensacional da qual falei às vezes firma nossos pés no chão e mostram que nunca saberemos voar. O controle sempre será dos computadores e instrumentos da aeronave, sujeitos a falhas contra as quais não se pode fazer nada.

Hoje, sonhei de novo com um acidente de avião. Eles andam tão recorrentes na minha memória que eu nem me deixo mais enganar por eles. Na maioria das vezes, apenas acompanho o que está acontecendo, sempre compreendendo, de alguma forma, que aquilo não corresponde à realidade. Bem diferente daquela imagem de TV com o TAM em chamas ao lado de um aeroporto que significou tanto para mim durante a infância.

Talvez o leitor deste texto pense que estou indo contra a tese de que o avião é o meio de transporte mais seguro do mundo. Deixo claro que não quero negar as estatísticas e nem deixarei de curtir uma viagem de avião. Este é apenas um relato sobre esse medo de acidentes aéreos que, tragicamente, andam frequentes no Brasil.

E deixo aqui minhas palavras de sentimento para as famílias e amigos que perderam um ente querido em uma dessas tragédias.


Fotos:

Destroço do Airbus voo AF 447 - 07/06/09-AP

Airbus do voo 3054 em chamas - 17/07/07-Apu Gomes/Folha Imagem

Jovem Tuvuca com o pôster do avião da Vasp - minha mãe, ou pai, entre 1988 e 1989

Avião da FAB pousa em Fernando de Noronha após trabalhos de busca - 06/06/09-Bruno Domingos/Reuters

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Emerson, 20 anos da primeira em Indianápolis


Existem coisas que você consegue em sua profissão que te dão realmente orgulho e estímulo para acreditar que ela é a melhor de todas.

Jornalistas, por exemplo, têm o privilégio de cobrir eventos, normalmente de graça, que outras pessoas se matam (e desembolsam muita grana) para conhecer. Como um show do Iron Maiden, ou a pré-estreia de um documentário sobre a banda no Rio. Ou viajar ao mesmo Rio para cobrir uma corrida da Stock Car. São coisas pequenas para quem está na profissão há bastante tempo, mas grandes para mim, com apenas dois anos de formado.

Às vezes, nós jornalistas também entramos em lugares restrito a um determinado órgão - como no meu primeiro dia de trabalho na Secretaria da Segurança Pública, quando conheci o IML-Centro (aquele do lado do HC, na Teodoro Sampaio) por dentro. Uma experiência de vida, e de morte, que levarei para sempre comigo.

Depois, trabalhando diretamente com a Polícia Científica, tive acesso aos laboratórios de Balística e Toxicologia do IC - o segundo é o lugar onde analisam se a droga apreendida é droga mesmo. Lugares que, provavelmente, não voltarei a visitar e que são conhecidos por poucos.

Essa longa introdução serve para exemplificar um pouco o que senti ao conseguir, depois de muito correr atrás, uma entrevista com Emerson Fittipaldi sobre sua primeira vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, que completou 20 anos na última quinta-feira.

Emerson foi um dos personagens que me fez querer conhecer o passado do automobilismo e tudo sobre a história do esporte. O bicampeão também atraiu os olhos de uma criança que vibrava com as vitórias de Senna na F-1 para uma categoria totalmente diferente, onde era só um "passarinho cagar na pista" (supostamente uma definição do Piquet) para que a bandeira amarela estragasse qualquer vantagem do líder da corrida.

Acompanhei muito a Indy naquela época, com pilotos como Emerson, Nigel Mansell, Mario e Michael Andretti, Bobby Rahal, Rick Mears, Al Unser pai e Al Unser Jr. Além de outros menos fantásticos, mas folclóricos, como Paul Tracy. E, de certa forma, tudo se resumia a Emerson, o mais bem-sucedido entre todos (único bicampeão da F-1), que era um vovô-ídolo para um moleque fã de automobilismo acostumado com a sobriedade da F-1. Sem contar que ele também foi um ídolo dos meus pais e de toda a geração deles na década de 1970.

Em uma longa entrevista, de forma simpática e atenciosa, Emerson me contou todos os detalhes sobre a vitória confirmada a duas voltas do final, quando um acidente com Al Unser Jr. tirou este da corrida e deu a vitória ao brasileiro. Que, por causa do nervosismo de seu chefe de equipe, Pat Patrick, sofreu com o peso e a queda de rendimento do seu carro após o último pit, o que quase custou sua corrida.


A efeméride não vale apenas por conta das marcas de Emerson - o primeiro brasileiro campeão da F-1 também foi o primeiro sul-americano a vencer as 500 Milhas. Aquela prova, particularmente o seu final, foi sensacional e emocionante. É só ver o vídeo.

Além de falar sobre a vitória, Emerson conta um pouco sobre os problemas com a imprensa na época da Copersucar, compara as 500 Milhas com o GP Brasil de F-1, fala que vai trazer a A1 GP para cá no ano que vem e comenta sobre o sonho de infância que tinha de ganhar em Indianápolis - que era mais representativo do que a F-1 para ele quando criança, segundo o próprio.

E até falei com um não menos simpático Al Unser Jr., que isenta ambos de culpa no acidente e se diz amigo de Emerson até hoje - elogia o "gentleman" brasileiro até não poder mais.

Só senti algo semelhante quando entrevistei o Rob Halford, no ano passado. Então, acho que vale a pena ler tudo!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Brawn GP (2)

Apenas um adendo ao post de quase um mês atrás: não acho mais as corridas de 2009 legais de assistir e nem acredito mais no Vettel campeão.

Não tem como acreditar que o Button vai perder o título, tamanha sua superioridade. E os GPs da Espanha e de Mônaco serviram para trazer a monotonia de volta à F-1.

Fora o saco que são as brigas políticas, tetos orçamentários, indefinições, punições estranhas...

Pior que a FIA só a Fifa, que não consegue explicar com clareza o que ela quer como regra no futebol, e nem faz o mínimo esforço para isso.

E pior que as duas, só mesmo o STJD e suas "filiais" nos estados.

sábado, 9 de maio de 2009

Brawn GP

Três vitórias em suas quatro primeiras corridas. Muito já se falou da Brawn, e a única coisa que eu tenho a dizer é que não mais lamento assistir a uma F-1 previsível e sem variação na frente.

Nesse ano, vi uma F-1 da década de 1970, quando quem acertava a mão no carro e tinha o projetista/estrategista/chefe mais fera - o Ross Brawn de sua época - era quem ganhava as corridas.

Aliás, também está sendo boa essa volta às origens da categoria. Essa busca por equipes pequenas - a FIA quer um grid de 26 carros em 2010 - é uma salvação de um esporte que estava cada vez mais elitista e menos humano. Além dos cortes orçamentários, é claro.

Óbvio também que o cara que mais briga atualmente por isso - Max Mosley - é o grande culpado, ao lado de Bernie Ecclestone, pela categoria ter se tornado essa coisa arrogante dos tempos recentes. O Pandini, para mim, é quem mais falou com brilhantismo sobre o assunto.

(Aqui, na época da saída da Honda F-1, Pandini diz: "Hoje, o sr. Mosley posa como defensor das equipes independentes na F1. Hipócrita, para dizer o mínimo. Dez anos atrás, Mosley, Ecclestone et caterva decretaram que a F1 deveria ter no máximo 12 equipes. Imaginavam que as 11 existentes na época, mais a vaga restante, passariam a ter valor incalculável: em suas cabecinhas, todos os grandes fabricantes de automóveis dariam qualquer coisa para ingressar na F1. Quebraram a cara. A categoria nunca mais atingiu o tal número de 12 equipes - facilmente preenchido, e até superado, em anos anteriores.")

Mas está bom demais assistir à F-1. E eu, que apontei o Vettel como campeão de 2009 - principalmente por acreditar no talento dele em um ano com tantas mudanças técnicas, mas reconhecendo que era um grande chutão -, acho que vou acertar a aposta dessa vez.

Tá certo que eu apostei no Massa como vice-campeão, mas não dá para acertar todas...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um peso, duas medidas

Eu não sou dos jornalistas que ataca abertamente a "Veja" pelo antijornalismo muitas vezes produzido pela revista. Creio que muitos falam com mais embasamento e propriedade do que eu. E não costumo criticar os veículos de imprensa porque acho que todos podem tirar suas conclusões sobre cada um.

Também não quero que este blog seja um “mais do mesmo”. Como eu o atualizo pouco, busco fazer com que cada texto aponte algo que ainda não tenha sido dito, na medida do possível.

Por isso, há alguns dias ensaio este post, lembrando a gravíssima acusação de que Robinho teria cometido abuso sexual contra uma menina na Inglaterra. O destaque, na Veja, foi esse (a matéria pode ser lida aqui):



Uma matéria longa, citando os “casos perdidos” do futebol como Adriano, Ronaldo, Robinho, Ronaldinho... colocando todos em uma mesma barca. A descrição sobre o caso apresenta assim o jogador:

“Depois que tira o uniforme, ele continua a se comportar como um adolescente sem freios. Essa face imatura de Robinho começou a ser revelada na última terça-feira, por uma acusação gravíssima: uma jovem inglesa de 18 anos diz ter sido agredida sexualmente por ele em uma boate de Leeds, cidade vizinha a Manchester, onde o jogador mora com a mulher e o filho. (..) Robinho decidiu se calar porque, de fato, trocou carícias íntimas com a moça durante uma noitada.”

Depois, a revista descreve sua apuração sobre o caso, conta tudo o que aconteceu, que o jogador bebeu dez garrafas de champanhe ao lado de alguns amigos e se atracou, de forma consensual, com a menina - que depois falou sobre dinheiro com ele, segundo a revista. A “Veja” também relata que a suposta vítima foi atrás de Robinho no fim da balada, e deixa claro que a acusação da moça não parece condizer com os relatos de testemunhas - ou seja, indicava ser uma grande mentira inventada para ganhar dinheiro.

Após praticamente isentar de culpa o jogador, a revista faz o seu juízo de valor. “Com o mundo aos seus pés, Robinho pôs em risco sua reputação na busca por alguns segundos de satisfação com uma desconhecida no banheiro de um inferninho inglês. Agora, corre para recuperar sua imagem.”

Que moral tem a “Veja”, ou qualquer um, de condenar os “segundos de satisfação com uma desconhecida”? Moral nenhuma. É moralista, isso sim. É apenas a vida pessoal dele. Noticiar é justo, já que o caso foi levado para a polícia e teve repercussão mundial, mas o que incomoda é essa mania de publicar uma "cartilha de boas maneiras" que deveria ser seguida por Robinho, pelo Brasil e pelo mundo inteiro.

Ao noticiar sua absolvição em sua edição do dia 15 de abril - Robinho nem acusado criminalmente foi, no fim das contas - publicou exatamente este texto, em "Datas", na seção "Panorama", com as devidas negritagens:

"Encerrada a investigação da polícia inglesa sobre o atacante Robinho por suposto abuso sexual. Ele foi inocentado das acusações e não será sequer indiciado. Robinho tornou-se alvo da polícia devido a denúncias feitas por uma jovem de 18 anos que ele conheceu durante uma noitada em um inferninho de Leeds, na Inglaterra, em janeiro. Com o assunto esclarecido, ele poderá voltar a se concentrar apenas no futebol."

Aproximadamente 19.000 caracteres foram utilizados na primeira matéria sobre o tema. Na segunda, exatos 412.

Cadê a entrevista com os psicólogos, os exemplos de casos parecidos (pessoas que acusam famosos de abusos em casos que não se confirmam), os desdobramentos, a tentativa de falar com o jogador sobre o caso? Não merecia nem uma pequena chamada na capa?

Faltou destaque, isso sim. Quando da acusação, capa. Quando da absolvição, notinha curta.

Robinho não tornou-se alvo da polícia. Foi alvo da "Veja" - e dos tabloides sensacionalistas britânicos que buscaram deixar o fim do caso "Robinho Rape Arrest" (conforme noticiou o "The Sun") bem escondidinho em suas páginas.

Hoje, no dia 4 de maio, ninguém mais lembra disso. Aposto que muitos ainda acham que Robinho está sendo investigado - e isso acontece, principalmente, por culpa dessa parte da imprensa.

E o estrago feito na imagem do jogador. Ah, esse é só um mero detalhe... afinal, ele é rico, esbanja dinheiro, tem carrões e desfruta de "segundos de satisfação", não é mesmo?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Lá e cá

Gostaria de falar sobre muitos assuntos. Entre eles: show do Kiss, show do Maiden (sim, ainda!), Brawn e F-1, a absolvição (sem destaque) de Robinho, denúncia vazia e irresponsável no Campeonato Paulista, violência no futebol em geral.

Também devo um comentário sobre a maior novidade esportiva de 2009: o "aposentamento temporário" de um honesto, cansado e injustiçado Adriano.

Mas, como sempre, falta tempo e disposição para colocar as ideias em ordem. Então, prefiro um post mais curto, sobre um assunto que me assombrou um pouco ontem e hoje.

Lá na Europa, os brasileiros Felipe Melo (Fiorentina), Matuzalém (Lazio) e Carlos Eduardo (Hoffenheim) se envolveram em confusões/brigas no último fim de semana em seus respectivos campeonatos nacionais. Foram julgados na terça-feira, e suspensos por cinco (Felipe Melo e Carlos Eduardo) e três partidas (Matuzalém).

No mesmo fim de semana, Cristian fez um gol marcante que selou a mais bela vitória corintiana desde os tempos de Carlitos Tevez, creio. Talvez desde aquele 7 a 1 no Santos, em 2005. Foi bonito ver o time jogar bem e ganhar do atual tricampeão brasileiro e de quem foi freguês nos anos recentes, apesar de estar agora há dois anos sem perder desse "algoz".

Por fim, Cristian resolveu mostrar os dois dedos médios para (aparentemente) a torcida do São Paulo. Um gesto ofensivo e irresponsável, sem dúvida. Para mim, merece uma punição. Se o juiz tivesse visto, imagino que ele teria sido expulso, o que o deixaria de fora do jogo de volta da semifinal. Portanto, e pela gravidade do que aconteceu, acho que um jogo de gancho estaria de bom tamanho.



Também levo em conta que ele ofendeu o São Paulo, e seria muito justo que ele ficasse de fora justamente desse jogo.

Mas o nosso futebol tem dessas coisas. O TJD-SP descartou desde o início a punição de Cristian ainda nesta semana. Imagino que eles tenham muito a fazer, e esse tipo de assunto não é prioridade. Cristian, aparentemente, será chamado para depor sobre o gesto na sexta-feira. Daí então o TJD resolve se ele será julgado. Quando? Sabe Deus. A única certeza é de que não será nesta semana.

Aqui, tudo é mais difícil mesmo. Não só no esporte (o julgamento de Castro Neves nos EUA que o diga).

Só para finalizar, é um absurdo um delegado querer abrir um inquérito sobre o caso. Não consigo imaginar um motivo para isso - creio que seja incitação à violência. Talvez ele, de nome Antonio Carlos Barbosa, locado no 23º DP da Capital, não tenha o que fazer. Talvez ele devesse ir trabalhar no TJD-SP.

Ou talvez devesse olhar para o que disseram (e fizeram) certos dirigentes como Andrés Sanchez (principalmente ele), Mario Gobbi, Marco Aurélio Cunha, Marcelo Teixeira, Leco, Juvenal Juvêncio, entre outros. Nosso ilustre delegado poderia analisar se algumas declarações desses sujeitos nos últimos meses não serviram para impulsionar a violência nos estádios em SP. Acho que é uma ótima pauta para ele.

Se não for, há outras opções, como investigações sobre a venda/repasse de ingressos a cambistas e a relação clube/torcida organizada. São assuntos muito mais interessantes e relevantes para quem ama e acompanha futebol.

Pena que esse pobre cara chamado torcedor não tenha o seu interesse defendido.

terça-feira, 24 de março de 2009

Tuvuca e a Maratona da Besta

No final de semana passado, tive o privilégio de assistir a dois shows do Iron Maiden em dois dias: no sábado, na Praça da Apoteose (Rio), e no domingo, em Interlagos.

Tudo começou quando tentei entrevistar a banda, mas não obtive sucesso. Minha chance de emplacar uma matéria pré-show? Falar com Sam Dunn, diretor de "Flight 666", o documentário sobre a banda cuja pré-estreia mundial ocorreu no Rio, também no sábado.

Sabia que Dunn não hesitaria em me retribuir a entrevista. Afinal, aqueles que conhecem este blog ou este personagem, com certeza recordarão que o cineasta canadense me entrevistou para um filme sobre o Rush, ainda em produção, em Toronto, em outubro de 2007. A história está neste post aqui e neste outro.

Se vou aparecer no filme do Rush eu não sei, mas valeu pelo contato, como percebi na facilidade com que agendei um bate-papo com Dunn e seu parceiro Scot McFadyen (não, não é Scott McFayden).

Voltemos à história: primeiro, entrevistei os dois para essa matéria aqui da FOL. Depois, fiquei morrendo de vontade de ir para o Rio -ainda mais depois de ser instigado pelo próprio Dunn-, e falei com o Eric Claros, camarada meu dos tempos de colégio, ex-batera do Mad Dragzter e atual batera do Children of the Beast (banda cover do Maiden).

Eric me disse que ia ao Rio com mais três amigos e me convidou. Com a possibilidade de ver o documentário em primeira mão, além do show, é claro, eu resolvi topar a maratona. Saímos de SP às 7h de sábado, chegamos no Rio e fomos direto ao Cine Odeon, onde seria a pré-estreia. Saí de lá, comi um Bobs nojento, fui a uma lanhouse e bati essa matéria aqui. Depois, corri para o show.

Após a apresentação, mais um Bobs nojento e estrada direto a SP, onde chegamos quase 24h depois de sair. Dormi, acordei, e rumei a Interlagos. Abismado com a imensa fila e desorganização, saí de lá com essa impressão relatada aqui.

Quanto aos shows, o que dizer? Até o ano passado, eu havia visto o Iron Maiden duas vezes, como contei aqui: um show morno com um set fraco em 2004, com o Bruce, e um show empolgante apenas para um moleque de 14 anos, como era eu, em 1998, com o Blaze.

Em 2008 e 2009, vi o Maiden três vezes com set lists magistrais -que incluíam "Rime of the Ancient Mariner", minha favorita da banda-, produção de palco que remeteu a 1984 (e que funcionou melhor no Rio) e seis caras que deram o sangue para provar aos brasileiros que toda a devoção ao grupo em terras nacionais é justa.

Agradeço aos quatro brothers de viagem -Eric, Diogo, Rodox e Pedrão-, que me ajudaram na hora de tirar fotos da banda na première do documentário (entre outras coisas), aos que me acompanharam no caos de Interlagos e à minha Pequena, que agora sabe de verdade o que é um show de Rock -com direito a lama, como acontecia nos velhos tempos.

quinta-feira, 12 de março de 2009

The Shining

Manchete de agora do Grande Prêmio:

Barrichello diz: "Eu sou iluminado. Sempre fui"

Então o que seria Michael Schumacher? Ayrton Senna? Nelson Piquet? Juan Manuel Fangio?

Muita calma, caro Barrica. Que bom que o carro da Brawn é um "bem-nascido", mas ainda tem muito chão pela frente.

E esse negócio de ser "iluminado" é um pouco demais.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Palpites e chutes

Todos os anos, colunistas, blogueiros e escribas em geral dão seus palpites para a temporada. Agora que tenho um blog, quero dar os meus também, sem a mínima responsabilidade de errar - o que fatalmente acontecerá.

Tudo bem que já estamos em março, mas vou dar os chutaços mesmo assim. E sempre apostando em zebra, porque dizer que o Valentino Rossi vai ganhar a MotoGP não tem graça nenhuma.

O legal é chutar em uma zebra e acertar, e depois ficar tripudiando os outros com insuportáveis "não disse que isso iria acontecer?".

Vamos a elas. Primeiro, na F-1:

Campeão: Sebastian Vettel (Red Bull)
É um chutaço, mas o moleque é rápido demais. Ele deve fazer todo mundo comer poeira no futuro - difícil começar já em 2009. Mas quem iria prever a forma com a qual Michael Schumacher começou em 1994, mesmo sabendo que a Red Bull-Renault ainda não é nenhuma Benetton-Ford daqueles tempos?

Vice: Felipe Massa (Ferrari)
Não chegará tão longe quanto em 2008, mas fará um campeonato consistente, e após dois vices, será campeão em 2010.

Decepção: Lewis Hamilton e McLaren
Vão quebrar bastante a cabeça e demorar para se acertarem.

Agora, no chato futebol:

Sport vai chegar na semifinal ou até mesmo na decisão da Libertadores. Será o segundo melhor brasileiro no torneio. Eu já chutava isso antes do início da fase de grupos, em que o Sport começou arrebentando com duas vitórias no "grupo da morte". Como não escrevi, vocês têm o direito de achar que é mentira, mas juro que é verdade!
Também é verdade que, se o Sport tivesse perdido seus dois primeiros jogos, não manteria minha previsão...
O campeão? Cruzeiro.

Flamengo e Corinthians farão a festa das torcidas mais populares do país e decidirão a Copa do Brasil. Quem ganha? Eu quero que seja o Corinthians, claro! Ainda mais depois do vexame de 2008...
O Timão será campeão, mantendo a escrita do Grêmio (93/94) e do próprio Corinthians (01/02): vices em um ano, champions no campeonato seguinte.

No Paulista, já foram realizados muitos jogos, o que facilita os prognósticos, então digo que Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Portuguesa classificam. A final terá São Paulo x Portuguesa, com a Lusinha ganhando seu primeiro título paulista "só seu", digamos assim.

Na Europa, teremos o Chelsea, agora "bigphilless", finalmente sendo campeão de forma surpreendente, depois de uma temporada turbulenta.

No Brasileiro, não dá pra saber nada ainda. Só que o Ronaldo vai jogar umas 15 partidas e marcar uns dez gols. E que o Palmeiras vai ser campeão.

Na Sul-Americana, Inter bicampeão.

Pronto, esses foram meus chutes, sem nenhum fundamento científico e influenciado às vezes pela minha torcida.

Se eu lembrar no final do ano, vou olhar para ver o que eu acertei.

Barrichello + F-1: 17 temporadas juntos

Me tornei um apaixonado por F-1 em 1991. Dois anos depois, Rubens Barrichello estreava como a mais nova promessa do Brasil na categoria. Eu tinha só oito anos.

E aqui estou, já há dois anos e meio trabalhando com isso, vendo ele ser confirmado, no alto de seus 36 anos, por mais uma temporada na categoria - a de número 17. Tudo aquilo que os outros blogs e a mídia previam aconteceu: a nova Honda vai se chamar Brawn GP e terá Jenson Button e Rubens Barrichello.

A grande ironia é que possivelmente um dos protagonistas do pior momento de Barrichello na F-1 - quando ele teve que entregar a vitória no GP da Áustria-2002 a Michael Schumacher - foi justamente quem bancou o "quase-ex" Rubinho (hoje praticamente só chamam ele de Barrichello) na F-1 e evitou sua aposentadoria.

Notável a atitude de Ross Brawn, e compreensível, como disse Bruno Senna, talvez o maior prejudicado com a permanência de Barrichello.

Gostava muito de Rubinho em suas primeiras temporadas, mas ele tomou atitudes ruins ao longo da carreira e não soube lidar com os problemas que apareceram na sua frente. Foi, por vezes, arrogante, reclamão e, principalmente, chorão. Mas também foi rápido e construiu uma carreira histórica, já consagrada comoa mais longa da história da F-1.

Vai ser interessante assistir a Barrichello ajudando Brawn a reconstruir a ex-Honda. Quem sabe ele não se aposenta daqui a um tempo e assuma um cargo na equipe? Mas por enquanto, só quer correr e disse o tempo inteiro que a única coisa que desejava era sentar em um F-1 e pisar fundo.

Que bom que ele vai conseguir. A F-1 cresceu junto com ele desde 1993 e, em um ano marcado por tantas mudanças no regulamento, terá o velho capacete vermelho, branco e azul garantido presença no grid - mesmo que seja nas últimas filas.

Mea culpa

Não tem jeito. É uma pena, pois não consigo manter o blog atualizado, por diversas razões.

Sei que isso afasta os poucos visitantes deste espaço cibernético, mas é realmente complicado.

De qualquer maneira, não vou parar de escrever. Sempre que eu tiver tempo e inspiração, como hoje e agora, farei isso.

Aliás, hoje é um dia muito especial. Há dois anos, confirmei o que queria da minha vida, e tive sorte em ser aceito de volta.

Parabéns!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Thanks God for the concerts

Cortesia (copy-paste) do Whiplash:

06/03 Deep Purple São Paulo - SP
07/03 Deep Purple São Paulo - SP
12/03 Iron Maiden Manaus - AM
14/03 Iron Maiden Rio de Janeiro - RJ
15/03 Iron Maiden São Paulo - SP
18/03 Iron Maiden Belo Horizonte - MG
20/03 Iron Maiden Brasília - DF
31/03 Iron Maiden Recife - PE
07/04 Kiss São Paulo - SP
08/04 Kiss Rio de Janeiro - RJ
12/04 Motorhead Goiânia - GO
15/04 Motorhead Belo Horizonte - MG
17/04 Motorhead Recife - PE
18/04 Motorhead São Paulo - SP
10/05 Heaven & Hell Belo Horizonte - MG
13/05 Heaven & Hell Brasilia - DF
15/05 Heaven & Hell São Paulo - SP
16/05 Heaven & Hell São Paulo - SP
17/05 Heaven & Hell Rio de Janeiro - RJ

Isso sem contar bandas de menor porte, como Overkill, Morbid Angel, Riders on the Storm (o resto do The Doors), Arch Enemy, Opeth, Edguy e John Lawton (ex-vocal do Uriah Heep).

Em dois meses, teremos possivelmente as duas bandas que mais possuem fanáticos (não simples fãs, e sim aqueles que fazem do grupo a sua vida) no Brasil: Kiss e Iron Maiden.

Além disso, rola o Black Sabbath + Dio (que veio para cá uma única vez, em 92), o trio popular de Lemmy Kilminster e o Purple, que toca mais aqui no Brasil do que banda nacional.

Crisis who?

Acho que o fã de Rock 'n' Roll deve agradecer aos céus, ou aos promotores dos shows (antes de xingá-los por causa dos preços dos ingressos).

Nunca vi algo tão abundante no que diz respeito a show de bandas grandes no Brasil, noves fora o Rock in Rio.

E o que é mais marcante: o Nordeste e o Norte do país receberão o Iron Maiden pela primeira vez. A turnê do Motorhead também passará por Recife, assim como Goiânia.

É muita coisa para ver, só nos resta guardar o dinheiro e torcer para que não ocorra nenhum imprevisto.

Eu vou tentar ir em todos. Certeza absoluta, mesmo, fica para Iron Maiden (já comprado), Kiss e Heaven and Hell. Esses não dá para perder.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

2009

Bom dia, 2009!

Um ano que começa com nova ortografia, crise econômica, Israel x Palestina, Ronaldo no Corinthians, São Paulo hexa, automobilismo sofrendo, Lewis Hamilton campeão, Metallica e AC/DC de volta em turnês matadoras, Iron Maiden e Sabbath com Dio (ainda não confirmado) retornando ao Brasil, Obama quase presidente (só assume dia 20), Eduardo Paes iniciando sua gestão como prefeito do Rio, para tristeza de todos que sonhavam com uma mudança (e com Gabeira assumindo o Executivo carioca).

Bom, é verdade que tudo isso começou ainda em 2008. O que mais me doeu em terras nacionais foi, sem dúvida, a derrota de Gabeira, a única luz no túnel da decepção que é a nossa política. Ele poderia ter sido um péssimo prefeito. Poderia ter me decepcionado, como fez o atual presidente e seu partido.

Mas pelo menos é uma tentativa, e uma prova da ousadia dos cariocas, que demonstraram aos paulistas como agitar uma estrutura política. Pior foi aqui, onde vimos um embate Kassab x Marta x Alckmin, com Maluf nos divertindo com sua figura de "fanfarrão coadjuvante". Gente que já teve sua chance, e, pelo menos a mim, decepcionou. O pefelista triunfou contando com o pragmatismo bandeirante. Deixa do jeito que tá.

Os cariocas pós-trauma eleitoral, no entanto, ganharam ainda mais minha simpatia com a viagem que fiz ao Rio no final do ano passado. Pude conhecer outras facetas da cidade, andar de ônibus (175 - Central - aquele mesmo do Gabriel, o Pensador, se não me falhe a memória) do Recreio até a Central do Brasil, conferir o grande templo do futebol chamado Maracanã e, é claro, pegar um sol, sempre abundante.

Cada vez mais tenho certeza de que os paulistas que desprezam os cariocas são aqueles que não conhecem nem o Rio nem a relacão do carioca com sua cidade natal - ou são os paulistas babacas mesmo. Afinal, aqui tem um monte.

Outra esperança é o tal do Hussein, também conhecido como Barack Obama. Não sou tão otimista quanto algumas pessoas, que veem nele o salvador do mundo. Mas é uma esperança, assim como chegou a ser o Gabeira. Daremos um crédito.

E voltando a 2008, foi um ano de perdas e conquistas, vidas partindo e nascendo. Para mim, mais uma temporada de aprendizado. Com Rob Halford, Pelé, Bruno Senna, Whitesnake, Ozzy, Zito, Zagallo, Pepe...

É, não deu pra reclamar. Vamos ver o que nos aguarda este ano. Com dez dias de atraso, proponho um brinde para os nossos risos e choros, euforia e decepções, conquistas e perdas: tudo o que nos espera em 2009.

Afinal, o bom de estar vivo é viver e sentir as emoções.

ET: aprovo o Acordo Ortográfico. Mas como que acabaram com o "pára"?. Hoje, na FOL, "Palmeiras apresenta Marquinhos, que já para por 20 dias". Parece erro. Do outro jeito era bem mais claro, e mais didático, por assim dizer. Que cagada que fizeram!

E tchau, trema! Agora, a cidade onde minha mãe nasceu, tão idolatrada por Paulo Bonfá e Marcos Bianchi, se chama "Birigui" e não mais "Birigüi". Facilitou pra escrever no laptop, pelo menos.