Existem coisas que você consegue em sua profissão que te dão realmente orgulho e estímulo para acreditar que ela é a melhor de todas.
Jornalistas, por exemplo, têm o privilégio de cobrir eventos, normalmente de graça, que outras pessoas se matam (e desembolsam muita grana) para conhecer. Como um show do Iron Maiden, ou a pré-estreia de um documentário sobre a banda no Rio. Ou viajar ao mesmo Rio para cobrir uma corrida da Stock Car. São coisas pequenas para quem está na profissão há bastante tempo, mas grandes para mim, com apenas dois anos de formado.
Às vezes, nós jornalistas também entramos em lugares restrito a um determinado órgão - como no meu primeiro dia de trabalho na Secretaria da Segurança Pública, quando conheci o IML-Centro (aquele do lado do HC, na Teodoro Sampaio) por dentro. Uma experiência de vida, e de morte, que levarei para sempre comigo.
Depois, trabalhando diretamente com a Polícia Científica, tive acesso aos laboratórios de Balística e Toxicologia do IC - o segundo é o lugar onde analisam se a droga apreendida é droga mesmo. Lugares que, provavelmente, não voltarei a visitar e que são conhecidos por poucos.
Essa longa introdução serve para exemplificar um pouco o que senti ao conseguir, depois de muito correr atrás, uma entrevista com Emerson Fittipaldi sobre sua primeira vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, que completou 20 anos na última quinta-feira.
Emerson foi um dos personagens que me fez querer conhecer o passado do automobilismo e tudo sobre a história do esporte. O bicampeão também atraiu os olhos de uma criança que vibrava com as vitórias de Senna na F-1 para uma categoria totalmente diferente, onde era só um "passarinho cagar na pista" (supostamente uma definição do Piquet) para que a bandeira amarela estragasse qualquer vantagem do líder da corrida.
Acompanhei muito a Indy naquela época, com pilotos como Emerson, Nigel Mansell, Mario e Michael Andretti, Bobby Rahal, Rick Mears, Al Unser pai e Al Unser Jr. Além de outros menos fantásticos, mas folclóricos, como Paul Tracy. E, de certa forma, tudo se resumia a Emerson, o mais bem-sucedido entre todos (único bicampeão da F-1), que era um vovô-ídolo para um moleque fã de automobilismo acostumado com a sobriedade da F-1. Sem contar que ele também foi um ídolo dos meus pais e de toda a geração deles na década de 1970.
Em uma longa entrevista, de forma simpática e atenciosa, Emerson me contou todos os detalhes sobre a vitória confirmada a duas voltas do final, quando um acidente com Al Unser Jr. tirou este da corrida e deu a vitória ao brasileiro. Que, por causa do nervosismo de seu chefe de equipe, Pat Patrick, sofreu com o peso e a queda de rendimento do seu carro após o último pit, o que quase custou sua corrida.
Jornalistas, por exemplo, têm o privilégio de cobrir eventos, normalmente de graça, que outras pessoas se matam (e desembolsam muita grana) para conhecer. Como um show do Iron Maiden, ou a pré-estreia de um documentário sobre a banda no Rio. Ou viajar ao mesmo Rio para cobrir uma corrida da Stock Car. São coisas pequenas para quem está na profissão há bastante tempo, mas grandes para mim, com apenas dois anos de formado.
Às vezes, nós jornalistas também entramos em lugares restrito a um determinado órgão - como no meu primeiro dia de trabalho na Secretaria da Segurança Pública, quando conheci o IML-Centro (aquele do lado do HC, na Teodoro Sampaio) por dentro. Uma experiência de vida, e de morte, que levarei para sempre comigo.
Depois, trabalhando diretamente com a Polícia Científica, tive acesso aos laboratórios de Balística e Toxicologia do IC - o segundo é o lugar onde analisam se a droga apreendida é droga mesmo. Lugares que, provavelmente, não voltarei a visitar e que são conhecidos por poucos.
Essa longa introdução serve para exemplificar um pouco o que senti ao conseguir, depois de muito correr atrás, uma entrevista com Emerson Fittipaldi sobre sua primeira vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, que completou 20 anos na última quinta-feira.
Emerson foi um dos personagens que me fez querer conhecer o passado do automobilismo e tudo sobre a história do esporte. O bicampeão também atraiu os olhos de uma criança que vibrava com as vitórias de Senna na F-1 para uma categoria totalmente diferente, onde era só um "passarinho cagar na pista" (supostamente uma definição do Piquet) para que a bandeira amarela estragasse qualquer vantagem do líder da corrida.
Acompanhei muito a Indy naquela época, com pilotos como Emerson, Nigel Mansell, Mario e Michael Andretti, Bobby Rahal, Rick Mears, Al Unser pai e Al Unser Jr. Além de outros menos fantásticos, mas folclóricos, como Paul Tracy. E, de certa forma, tudo se resumia a Emerson, o mais bem-sucedido entre todos (único bicampeão da F-1), que era um vovô-ídolo para um moleque fã de automobilismo acostumado com a sobriedade da F-1. Sem contar que ele também foi um ídolo dos meus pais e de toda a geração deles na década de 1970.
Em uma longa entrevista, de forma simpática e atenciosa, Emerson me contou todos os detalhes sobre a vitória confirmada a duas voltas do final, quando um acidente com Al Unser Jr. tirou este da corrida e deu a vitória ao brasileiro. Que, por causa do nervosismo de seu chefe de equipe, Pat Patrick, sofreu com o peso e a queda de rendimento do seu carro após o último pit, o que quase custou sua corrida.
A efeméride não vale apenas por conta das marcas de Emerson - o primeiro brasileiro campeão da F-1 também foi o primeiro sul-americano a vencer as 500 Milhas. Aquela prova, particularmente o seu final, foi sensacional e emocionante. É só ver o vídeo.
Além de falar sobre a vitória, Emerson conta um pouco sobre os problemas com a imprensa na época da Copersucar, compara as 500 Milhas com o GP Brasil de F-1, fala que vai trazer a A1 GP para cá no ano que vem e comenta sobre o sonho de infância que tinha de ganhar em Indianápolis - que era mais representativo do que a F-1 para ele quando criança, segundo o próprio.
E até falei com um não menos simpático Al Unser Jr., que isenta ambos de culpa no acidente e se diz amigo de Emerson até hoje - elogia o "gentleman" brasileiro até não poder mais.
Só senti algo semelhante quando entrevistei o Rob Halford, no ano passado. Então, acho que vale a pena ler tudo!
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