sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Piquet, Tuvuca e o Youtube

Começo este post lembrando de como foi iniciada minha paixão pela F-1. Gostava muito de carros quando tinha uns cinco anos (hoje não ligo muito), e tenho em minha memória alguns flashes da temporada de 1990, de Ayrton Senna com um maço andante da Marlboro competindo contra um carro vermelho, o qual identificaria anos mais tarde como a Ferrari, pilotada pelo então tricampeão Alain Prost.

1991 foi um ano muito mais claro para mim, já conhecia as equipes, os pilotos, as pistas, o sistema de pontuação, o frisson causado por Senna no Brasil. Frisson que também migrou para a criança de sete anos, que só queria saber de corridas e velocidade. A vitória de Senna em Interlagos e o tricampeonato (relatado pela minha mãe na manhã seguinte, já que era o GP do Japão, de madrugada) são memórias ainda frescas em minha mente.

Esse ano, também, foi o último de Nelson Piquet na F-1. Me lembro dele na Benetton, com o Moreno e depois com o Schumacher, e admirava muito esse carioca debochado, que era totalmente o oposto do meu ídolo Senna. Apesar de saber de todas as brigas entre os dois, eu achava que o Piquet estava certo, afinal todos falavam que ele era mau-caráter e que só falava mal de todo mundo. Como eu era criança, e do contra (característica que, admito, ainda carrego um pouco), imaginava que o Piquet deveria estar certo, o que não diminuía minha torcida pelo Ayrton.

1992 foi um ano decepcionante, sem Piquet, e com Senna fazendo pouca coisa durante a temporada. Neste ano, porém, ganhei de meu falecido avô paterno um relançamento de duas revistas "Motor 3" do início de 1987, uma com um completíssimo resumo da temporada de 1986 e a outra com a apresentação de 1987. Guardo ambas até hoje, destruídas após 16 anos de folheagem incessante. São elas as minhas primeiras fontes automobilísticas.

Lá, descobri um pouco melhor quem foi Nelson Piquet na F-1, em uma fase em que lutava pelo título. Também descobri como foi a fase de Senna na Lotus, Prost na McLaren, Mansell na primeira passagem na Williams, além de descobrir os ex-campeões Keke Rosberg e Alan Jones. Enfim, onde comecei a saber mais sobre o passado da categoria que eu tanto devorava.

Os vídeos

Alguns anos depois, já superada a alegria pelo desempenho do ídolo em certas corridas em 1993 e o grande trauma de sua morte no ano seguinte, consegui descolar em locadoras as fitas de vídeo com o resumo das temporadas do tricampeonato do Ayrton (88, 90 e 91), além de, ironicamente, o VHS da própria temporada de 86. Vi imagens em movimento que só conhecia de ter "lido as figuras", lembrando uma celébre frase da obra-prima "Cidade de Deus".

Conhecendo um pouco essas temporadas, finalmente tive a chance de ver grandes ultrapassagens e corridas de Nelson Piquet, o "tricampeão desconhecido", sempre com a ótima narração de Reginaldo Leme. Foi quando busquei "vôos maiores": por que não encontrar os resumos das temporadas (os famosos "FIA Review") em que Piquet conquistou o título?

Infelizmente, nunca concretizei esse sonho. Tempos atrás, foram lançados os DVDs dos títulos do Ayrton, os quais já sei de cor. Como consolo, pude desfrutar também do bicampeonato do Emerson, felizmente resgatado pela Abril e a Quatro Rodas e também lançados em DVD (desta vez narrados pelo "Grandes Momentos do Esporte" Luis Alberto Volpe, hoje na ESPN Brasil).

Senna e Emerson tiveram o reconhecimento merecido pelos seus títulos. Por que o Nelson, primeiro tricampeão do Brasil na F-1 e "ovelha negra" dos brasileiros por conta das suas brigas com o Ayrton, não merece o mesmo destaque? Por que ninguém lança essas temporadas no Brasil? São perguntas que nunca foram respondidas.

Só acho que, com isso, o reconhecimento por Piquet diminui, sustentando apenas por aqueles que recordam de suas grandes corridas ou pelos que admiram muito sua personalidade e sinceridade, mesmo sem conhecer, em vídeo, os feitos do tricampeão.

Mas como aprender a história se ninguém resgata o registro histórico de um dos principais esportistas brasileiros de todos os tempos?

O Youtube

O Youtube, no entanto, pôs fim ao meu anseio. Queria fazer isso há algum tempo, mas só pude concretizar esse sonho no último mês, quando percebi que todas as corridas de 1981 já estavam em nosso glorioso e quase anárquico canal de televisão mundial.

Analisei, então, o desempenho do jovem Nelson na conquista de seu primeiro título, e agora já estou começando a ver as corridas de 1983, cuja temporada, infelizmente, não encontrei por inteira. O Youtube colocou na rede, por meio de seus usuários e de forma rústica, o legado de Nelson Piquet na F-1.

Não sei se o hoje "pai do Nelsinho" sabe disso, mas acho que agradeceria. Eu agradeço ao Youtube, mas continuo esperando por um DVD com os melhores momentos do nosso primeiro tricampeão na F-1.

Nada mais justo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Po tuvuca, acho q ninguém liga tanto para o piquet pq ele viveu na mesma epoca de senna e tbm ele falava mau até de senna, ficava falando q senna era homosexual, assim é foda heheh...
vê esse video do piquet
http://br.youtube.com/watch?v=DV0aQPLJNvA

ele era loucão!

flw tuvuca!

Fabricio Duarte disse...

Cara, parabéns pelo Blog. Ótima postagem também. Comprei um livro sobre o bi-campeonato de Piquet. Este livro foi publicado em 86 e acho que é a unica biografia do Tri-Campeão. Gostaria de ter essas corridas tb. Consigo no Youtube apenas os melhores momentos. O que vc acha de disponibilizar as corridas aqui no seu site, tipo um memorial do Piquet. Acho que seria fantástico. Tb gostaria de remontar esta história. Eu vi o Piquet ser bi-campeão, eu tinha 8 anos. Revivo minha gloriosa infancia nesses momentos. Muito bom. Parabéns pelo Blog. Abs!