terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Pitacos de fim de Brasileirão

- Para começar, o primeiro Nacional sem o meu Corinthians. Analisei tudo de longe, sem se me preocupar com a paixão, porque ela estava fazendo um (merecido) estágio na Segunda Divisão, e agora à primeira retorna (também de forma merecida);

- É, agora não dá mais. Como um time que ficou 11 pontos atrás dos líderes e chegou a ficar de fora da zona da Libertadores consegue conquistar o título? Primeiramente, mantendo uma invencibilidade de 18 jogos. Segundo, contando com a fragilidade dos adversários, seja ela técnica (Grêmio), emocional (Cruzeiro) e/ou organizacional (Palmeiras e Flamengo, respectivamente). Em um meio tão provocador quanto o futebol, o São Paulo é insuportável para todos os outros torcedores, principalmente os rivais paulistas. Por quê? Porque dá tudo certo lá. E o clube se vangloria disso, de forma irritante. Mas reclamar do quê? O futebol é e sempre foi assim. Sorte e mérito deles;

- Mais um campeonato que acaba com 38 rodadas e 20 equipes de chororô contra a arbitragem. Da série "Para esquecer" do Brasileirão. Todo mundo reclama, mas o clube não procura aprender e orientar seus jogadores sobre a arbitragem. Como, então, cobrar da Comissão de Árbitros sem nem entender as regras do futebol direito?

- Porque os juízes, por sua vez, também demonstraram pouca familiaridade com as regras, sempre aplicando diferentes critérios e "estilos". Não estaria na hora de se ousar uma profissionalização para tentar a melhorar a classe? Afinal, é uma profissão, amadora apenas na hora de se pagar o trabalhador. A cobrança é imensa, mas como acabar com essa zona que é a arbitragem sem regularizá-la?

- Aliás, Brasil, o país dos chorões. O lugar onde sempre alguém é prejudicado por outro alguém que é mais esperto. Como posso fazer o bem, se o outro vai me passar a perna? Pensamento típico e triste na nação;

- Ainda ligado ao assunto arbitragem, bizarro pero importante o discurso de Carlos Eugênio Simon há pouco, na premiação da CBF sobre os melhores do campeonato. Bizarro porque ele enfrentou algumas vaias deselegantes, provavelmente daqueles cartolas chorões, com uma fala inflamada, pregando a favor do árbitro, o "álibi de todos os erros". Mas importante porque defendeu publicamente o Wagner Tardelli, colocado covardemente sob suspeita em um atitude misteriosa e mau-explicada de FPF e CBF. CBF essa que acabou cumprimentada de forma prevísivel e contraditória pelo próprio Simon, em seu discurso no estilo governador Covas x professores de SP, com direito a apupos e rostos constrangidos;

- Aliás, aparentemente o sr. Marco Polo Del Nero "não compreendeu" o peso de sua atitude, disse que a acusação sobre Wagner Tardelli pode ter sido um trote, que alguém se enganou, e blablabla. Covarde, caro Del Nero. Acuse, prove. Tinha o tal envelope, mostre-o. Explique. Como sua secretária conseguiu a informação de que o Tardelli receberia dinheiro, ingresso da Madonna, pedaço da grama do Morumbi ou o que quer que seja, para ajudar o São Paulo? Se foi dentro da FPF, vocês apuraram alguma coisa? Ou simplesmente falaram "olha, tem essa história aqui e vocês da CBF e do MP que investiguem, não sei de mais nada". Caso tenha sido apurado, estou certo de que será esclarecido. Se o cenário estiver mais para o "não sei direito como aconteceu" e "agora está tudo bem, já acabou", como parece, abandone já o seu cargo. Não se pode permitir tamanha leviandade de um presidente de uma federação estadual;

- Se fosse um jornalista e não provasse, certamente seria processado. Atitude que, espero, seja tomada pelo São Paulo, após o inquérito(?) do STJD sobre o caso;

- Com vocês, o tribunal que vai moralizar o futebol brasileiro: o STJD! Estrelando Paulo Schmitt. Socou o adversário? Tá pensando o quê, 3 meses de suspensão! Tá bom vai, um mês. Beleza, cumpra dois jogos que fica elas por elas. E foi assim o ano inteiro, sem coerência, prudência, eficiência e, principalmente, Justiça. Sempre gritando alto e agindo pouco, ajudando alguns e prejudicando todos;

- Voltando a falar sobre leviandade e jornalismo, é engraçado constatar que aqueles torcedores que acham que devemos "falar as verdades na televisão, denunciando as 'roubalheiras'" são os mesmos que dispensam um aspecto chamado "prova" para que tais "denúncias" sejam feitas. Sem provas, ou mesmo indícios, não temos história, ué;

- Sobre futebol? Falei no começo, esqueceu? É que não tenho muito a falar sobre aspectos técnicos, táticos e cháticos do futebol. Isso deixo para os outros feras que entendem bem mais sobre o assunto. E não faltam textos na internet sobre isso;

- Meu negócio mesmo é cornetar as chatices do esporte mais importante do Brasil. Com a esperança de que um dia ele se desenvolva, pelos menos nesses assuntos.

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