sábado, 13 de dezembro de 2008

Sobre a covardia, parte 2

Nilton César de Jesus, 26, faleceu na quinta-feira, vítima da covardia cometida pelo sargento da Polícia Militar do Distrito Federal José Luiz Carvalho Barreto, que deu uma coronhada no rapaz, sem motivo (já que não houve resistência alguma), a arma disparou e acertou sua cabeça.

Já falei tudo o que eu acho no meu primeiro post sobre o assunto, há alguns dias. Hoje, pretendo repercutir algumas coisas.

Basicamente, o que disse o promotor da Justiça Paulo Gomes, do Distrito Federal, que afirmou que o disparo foi "acidental", "como mostram as imagens".

"A principio, pelas imagens que já nos chegaram que foi até difundido pela mídia, ficou demonstrado que ele não quis causar um homicídio doloso. Houve um acidente no momento em que ele efetuou uma coronhada desnecessária naquele cidadão", disse Gomes ao "DFTV", da Globo.

Discordo, como já falei. O sargento, como membro da PM, sabe muito bem como uma arma pode disparar se você usá-la para dar uma coronhada. Uma arma não é um cassetete. Deu a coronhada, a arma disparou, matou o cidadão. A única diferença para o que escrevi antes é que agora ele precisa ser indiciado por homicídio doloso, e não mais por tentativa de homicídio.

E, na quinta-feira, o médico Carlos Silvério, chefe do Departamento de Neurocirurgia do hospital onde Nilton esteve internado, indicou que a própria pancada causada pela coronhada pode ter sido a causa da morte. E aí, como fica o discurso do promotor? Ou da PM? "Acidente"?

Prefiro homicídio doloso consumado por covardia. Que tal?

Esperemos o laudo do IML (que vai apontar se foi o tiro ou a pancada que matou a vítima) e uma condenação justa ao assassino, o que é raro acontecer no Brasil.

Nenhum comentário: