sábado, 26 de janeiro de 2008

Vale a pena assistir


Amanhã, às 6h30 do nosso horário (de Brasília), a zebra Novak Djokovic (esq) vai enfrentar a mais zebra ainda Jo-Wilfried Tsonga (dir) na final do Aberto de Austrália de tênis.

Nunca fui muito fã do esporte, mas cheguei a jogar quando era moleque, por algum tempo, e de uns tempos para cá venho assistido mais freqüentemente. Por motivos diferentes, assisti às duas semifinais do Aberto da Austrália, e ambas foram históricas. Como eu quase nunca vejo jogos de tênis, acho que dei sorte.

O francês Tsonga tem 22 anos, é o 38o. colocado no ranking da ATP e simplesmente trucidou Rafael Nadal na semifinal. O espanhol, segundo colocado na ATP, parecia não ter armas para bater o Muhammad Ali do tênis. Não tinha mesmo, e fez questão de reconhecer isso no final do jogo, que acabou 3 sets a 0, parciais de 6/3, 6/3 e 6/2. Eu gosto muito do estilo do espanhol, sangue latino e tal, mas fiquei extasiado com o Tsonga. O cara tava um monstro na quadra, e não era nem cabeça -de-chave no torneio. Aliás, se for campeão daqui a pouco, será o primeiro campeão sem ser cabeça-de-chave desde Gustavo Kuerten no Roland Garros de 1997.

Já o sérvio Djokovic, de 20 anos, não é tão zebra assim, convenhamos. Ele só está atrás de Rafael Nadal e Roger Federer no ranking da ATP. Mas foi justamente sua vitória sobre o suíço Federer, número um do mundo, que foi uma zebra. Assim como Tsonga, bateu seu adversário por 3 sets a 0 (parciais de 7/5, 6/3 e 7/6 --fazendo 7/5 no tie-break do set) e assustou todo mundo pelo controle que teve do jogo. Não ganhou tão fácil quanto Tsonga, mas era Federer, que não era eliminado de um Grand Slam na semifinal desde que perdeu para Nadal no Roland Garros de... 2005! Ou seja, quase três anos jogando todas as finais dos quatro torneios mais importantes do tênis (Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e US Open), uma delas (a última, US Open de 2007) vencida contra o próprio Djokovic. Por essas e outras, o suíço não encarou tão bem sua derrota quanto Nadal, disse que foi prejudicado por uma virose e que não está "nem aí" para quem será campeão.

Isso sem contar que esta será a primeira final de um Grand Slam desde a edição de 2005 do próprio Aberto da Austrália que não terá nem Federer e nem Nadal na decisão. Na ocasião, o russo Marat Safin derrotou o 'anfitrião' Lleyton Hewitt na final.

Por isso, vale a pena assistir ao jogo que começa dentro de seis horas. O tênis não é conhecido por conter muitas surpresas, mas o Aberto da Austrália está repleto delas. E também de recordes quebrados. Djokovic e Tsonga são boas surpresas, que podem vir a ser grandes campeões de outros torneios.

Boa sorte aos dois.

Crédito das fotos (incluindo montagem): Agência France Presse

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