Recebo por e-mail, de uma pessoa muito especial, uma notícia sobre um tal estudo feito por jornalistas norte-americanos (ou estadunidense, que é o termo certo, mas que é muito feio) aponta 935 afirmações falsas (também conhecidas como mentiras) divulgadas pela Casa Branca no que diz respeito à Guerra do Iraque.
Como eu respondi no e-mail, essa é a pauta garantida: todo mundo lembra do monte de mentira que foi contada, só falta alguém fazer uma pesquisa e um estudo sobre isso e publicar. Daí a notícia sai na agência Efe e no mundo inteiro. Por isso mesmo, parabéns para os caras que tiveram essa idéia.
Segue o texto:
Guerra do Iraque foi baseada em afirmações falsas, afirma estudo
Texto feito por jornalistas afirma que no total foram 935 afirmações falsas nos dois anos após o 11 de setembro
Efe
WASHINGTON - O presidente George W. Bush e seu gabinete emitiram centenas de afirmações falsas sobre a ameaça do Iraque para a segurança dos Estados Unidos após os atentados de 11 de Setembro. Esta é a conclusão de um estudo divulgado nesta terça-feira, 22, pelo Centro para a Integridade Pública.
Essas declarações "foram parte de uma campanha orquestrada que galvanizou a opinião pública e levou o país a uma guerra com justificativas decididamente falsas", indicou o relatório.
Antes da intervenção militar para derrubar o Governo do presidente Saddam Hussein em março de 2003, o Governo Bush afirmou que o líder iraquiano estava envolvido com o terrorismo e desenvolvia armas de destruição em massa.
As armas de destruição em massa nunca foram encontradas e as investigações posteriores indicaram que não existia essa cumplicidade de Saddam Hussein com o terrorismo.
"Agora não existe nenhuma dúvida de que o Iraque não tinha armas de destruição em massa ou contatos importantes com a Al-Qaeda", manifestaram Charles Lewis e Mark Reading Smith, membros do fundo em um prólogo do estudo.
"Em resumo, a administração Bush levou o país a uma guerra fundamentada em informação errônea que se propagou metodicamente e que culminou com a ação militar contra o Iraque em 19 de março de 2003", afirmaram.
A Casa Branca não comentou as conclusões do estudo, preparado em colaboração com o Fundo para a Independência no Jornalismo.
O texto afirma que no total houve 935 afirmações falsas de Bush e de membros de seu gabinete nos dois anos após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Segundo o estudo, além do governante americano, fizeram declarações falsas seu vice-presidente, Dick Cheney, a conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice (atual secretária de Estado), o ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld, e o ex-secretário de Estado Colin Powell.
Bush foi o autor de 259 dessas declarações, 231 sobre as supostas armas de destruição em massa e 28 sobre os denunciados vínculos do Iraque com a Al-Qaeda, disse o estudo.
Acrescentou que o efeito acumulado dessas afirmações foi enorme e que os meios de comunicação seguiram a corrente do governo.
"Alguns jornalistas, e até algumas organizações de imprensa, reconheceram que durante os meses anteriores à guerra adotaram uma atitude condescendente e sem críticas" em relação ao Governo, assinalou o estudo.
Mesmo que esse estudo seja contestável, com relação ao número de mentiras, ele não é nem fundamental para lembrarmos que a Guerra do Iraque foi uma coisa que os EUA fizeram o mundo aceitar; alguém se lembra da hostilidade norte-americana contra os franceses, que, na cadeira do Conselho de Segurança da ONU, vetaram o apoio da organização no conflito? Os pobres gauleses foram ridicularizados pelo governo e pela brown press ianque. Coisas que eu lembro: "nós salvamos os seus asses na Normandia!", foi uma das pérolas.
E muita gente falou que estava certo, que o Saddam tinha que ser deposto mesmo, que o cara era um ditador sanguinário e tudo mais. E quem paga o pato? Os iraquianos, claro. Afinal, são apenas soldadinhos no grande tabuleiro de War que George W. Bush joga sozinho. Sem contar os soldados dos EUA, muitos deles moleques sem cabeça que torturam prisioneiros (e daqui a alguns anos viram atiradores em shoppings e coisas do tipo), e outros moleques sem esperanças que não tem nada em seu país. Eles também são apenas soldadinhos. Aliás, lembrei de um ótimo vídeo-sátira que os Barbixas, trio humorístico aqui de São Paulo (no qual um dos caras, o Andy, é um grande amigo) fizeram sobre o nosso maior mentiroso de tempos recentes. Vale a pena conferir, é engraçado e inteligente.
Bush é um vilão da humanidade, podem ter certeza. Mas só está lá porque foi reeleito. Tudo bem que a eleição dele em 2000 foi no mínimo estranha (pra não dizer roubada), mas em 2004 o cara ganhou mesmo, sem choradeira. Também, contra um John Kerry anti-carismático e bananão...
Prova de que os norte-americanos, à época, acreditavam nele e na imprensa pró-Bush (FOX News) dos EUA. E dizem que o povo lá de cima é burro.
O que nós podemos dizer? Tudo quanto é tipo de mentiroso está exercendo algum cargo político importante nesse país. E para mim não tem esse negócio de direita-esquerda-pra cima-pra baixo não. A lista de mentirosos vai desde o PT (com aquela inundação de denúncias que apareceram) até o governador paulista do PSDB (que disse que não abandonaria a prefeitura em 2006 para disputar a presidência; em vez disso, abandonou a prefeitura para disputar o governo do estado), passando pela lista de maria-vai-com-as-outras que impera no Brasil.
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2 comentários:
Aê Tuvuqueira
Tô sem tempo de ler, mas tá ai
Te linkei no timoneiro.
Abç
Esta ai mais uma vez, desculpas falsas para gasto com armas, e para domínio do petróleo. Vidas perdidas por uma doença chamada poder...
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