quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Como nos velhos tempos

Assistir ao jogo Juventus versus Portuguesa na Rua Javari é realmente um negócio diferente. Sempre quis ir lá na Mooca ver um jogo, mas enrolava e acabava não indo. Desta vez, não poderia ter escolhido melhor ocasião para visitar a arena juventina.

Lógico que "arena" é uma maneira carinhosa de chamar o acanhado estádio da zona leste de São Paulo. Aliás, hoje tudo quanto é estádio é considerado "arena". Até Barueri tem uma.

Mas enfim, decidi em cima da hora, chamei um amigo e fui pra lá, às 16h de uma quarta-feira, dia 30 de janeiro. Queria entrar na torcida da Lusa, mas estava lotada; acabei ficando no lado do Juventus mesmo. Entramos com mais de 30 minutos do primeiro tempo, com o placar de 2 a 0 para o time da casa.

"Perdemos o melhor", pensamos. Que nada. A Lusa fez um gol com o Christian (aquele mesmo, ex-Inter, Corinthians, Grêmio, Palmeiras...) e a etapa inicial acabou 2 X 1. No segundo tempo, Allan Delon fez mais um para Juventus e Christian descontou de novo para a Lusa. Final: 3 X2.


O jogo não foi lá essas coisas, mas a experiência acabou sendo muito legal. Vale realmente a pena ir para a Rua Javari ver uma partida de futebol. Parece que estamos nos anos 1950: estádios pequenos, mas lotados (com 3 mil pessoas), torcidas pacíficas assistindo ao jogo, cada uma na sua, e uma proximidade do campo inimaginável nos dias de hoje.

Legal que dava pra ver até a gota de suor na cara do incansável Vampeta, hoje no Juventus. Do lado da Lusa, Zé Maria e Christian traziam ares de nostalgia.

Aliás, fiquei impressionado com o estádio lotado, sem brincadeira. Do lado da Portuguesa, a Leões da Fabulosa até invadia o espaço juventino. A torcida do Juventus é a mais engraçada, formada por mooquenses orgulhosos (e sobretudo jovens). A maioria torce para outro time da capital, mas vai lá gritar pelo time do bairro.

E é isso que o Juventus é: um time do bairro. São poucos esses clubes hoje em dia. O clube Juventus é muito tradicional na Mooca, que também é um dos bairros mais tradicionais de SP. O grito "Mooca é Mooca, o resto é bosta", na verdade, demonstra um apego do paulistano mooquense com sua comunidade local, que tem corinthianos, palmeirenses, são-paulinos e santistas gritando pelo seu bairro.

É diferente. E no Brasil de hoje, onde ninguém se identifica com nada, onde as pessoas vivem cada vez mais isoladas, é um oásis de fraternidade e calor humano.

Parabéns pela molecada que fez a festa para o time grená, e parabéns à torcida da Lusa por apoiar sua equipe de forma tão contundente durante toda a partida.

Ah, e à noite assisti pela TV o jogo do meu time, o Corinthians, contra o Sertãozim, em Ribeirão Preto. Quando o juiz apitou o fim daquele 0 a 0 sofrível, tive a certeza de que fiz a escolha certa ao me aventurar na Mooca em uma quarta-feira à tarde.

Crédito das fotos: dos jogadores do Juventus, é do Futebol Interior. Do ingresso, é minha mesmo. Depois vou pegar umas fotos do celular do meu amigo, tiradas por ele, e posto aqui.

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