segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Tuvucanadá - Rush, Parte 3

Vamos em frente com o monte de história sobre os shows do Rush em Toronto, no último mês de setembro.

Após descobrir a existência da Rushcon, que reuniria fãs da banda de todos os lugares da América do Norte, um ou outro europeu, japonês ou brasileiro (eu, no caso), rumei para lá. Na programação, a primeira atração seria um show da banda Limelight na sexta-feira (21 de setembro), no Opera House (um pub/muquifo ao lado sudeste de Toronto).

Cheguei lá quando já tinha começado, e uma moça da organização veio me perguntar de onde eu era. Quando contei sobre minha procedência, ela disse "acho que o Sam irá querer falar com você". Sam era Sam Dunn, diretor do documentário Metal: A Headbanger`s Journey, que até saiu no Brasil pela Europa Filmes, há algum tempo.

O Sam, com uma cara típica de metaleiro canadense em seus early 3o's, foi extremamente simpático e contou que tinha vindo para o Brasil por causa desse documentário sobre os headbangers (que eu assisti já e é muito divertido, além de informativo; a capa está aqui ao lado). Ele explicou que seu novo projeto era um documentário sobre os fãs do Rush, que provavelmente estará pronto em 2009. Perguntou se poderia me entrevistar, no dia seguinte, e eu disse "claro!".

Fui então, ver a banda, que ainda não tinha começado. Estava rolando um concurso de Air Drums, com um monte de marmanjão fingindo tocar YYZ no palco. Esses tais concursos de Air Guitars e Air Drums nunca foram muito populares por aqui (ainda bem), mas faz parte da cultura metaleira da América do Norte. Fui tomar uma cerveja canadense, forte e de gosto razoável, para esperar o Limelight subir ao palco.

Como um forasteiro, fiquei checando a galera. A grande maioria do pessoal tinha entre 35 e 45 anos, fãs há bastante tempo. Alguns tinham entre 20 e 30, mas eram mais escassos. O que se via mesmo era muitos "casais-Rush", daqueles que deixam a família inteira fanática pela banda. Fiquei lá de zoio até o show começar.

O Limelight entrou e mostrou uma formação bem sólida. Os caras eram de Nova York, e o vocalista, que parecia mais o Ripper Owens, ex-Judas, trajava uma camisa do NY Rangers, time de hóquei e grande rival do Toronto Maple Leafs, heróis locais mas que nunca ganham a NHL. O Air Canada Centre, ginásio do Maple Leafs, seria palco do show do Rush no dia seguinte.

Voltando ao Limelight, os caras fizeram um ótimo show, com destaque maior para o baixista/tecladista, que agitava bastante e tocava bem pesado. O legal foi que eles desenterraram algumas pérolas dos primeiros discos, como Beneath, Between and Behind, In the End e até mesmo Under the Shadow, que faz parte da longa The Necromancer. Outra grande idéia foi tocar o Moving Pictures inteiro e evitar as músicas que estão no set-list atual do Rush.

Uma constatação: nunca vi uma banda tributo do Rush só com três integrantes, e isso não foi exceção com o Limelight, que conta com quatro membros. Acho que isso mostra como os caras são únicos em seus instrumentos, sem esquecer da parafernália de samplers e pedais utilizados. Outra constatação foi: o melhor de assistir a uma banda cover lá de cima é de que o inglês é a língua nativa dos caras. É uma vantagem que não se pode ignorar sobre as bandas brasileiras, que sofrem também com as palavras complicadas das letras de Neil Peart. Mas alguns se dedicam bastante e essa característica acaba ficando quase que imperceptível.

De resto, tudo igual sempre: um monte de música fera, galera gritando empolgada, intervalo, mais um monte de música fera, uns três bis e depois pegar o bonde e o metrô para ir para casa. Conversei com poucas pessoas lá, mas deixei o contato marcado com o Sam Dunn para dar a entrevista no sábado, algumas horas antes do show, no hotel onde rolaria a Rushcon.

Para finalizar o post, duas fotos: a primeira é do palco, com a banda e algumas das cerca de 60 pessoas que foram ver o Limelight.



A segunda é uma imagem que eu peguei no site da banda, em que eu apareço com uma camiseta preta, o peito e a barriga pra frente e uma cerveja na mão, vendo os caras se apresentarem. O crédito da foto é de uma tal de Kristy Williams.

Agora sim, até amanhà e um Feliz Natal para toda sua família.


Veja aqui as outras cinco partes da jornada:

Tuvucanadá - Rush, Parte Final

Tuvucanadá - Rush, Parte 5 (o show)

Tuvucanadá - Rush, Parte 4

Tuvucanadá - Rush, Parte 2

Tuvucanadá - Rush, Parte 1 (review)

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