quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Tuvucanadá - Rush, Parte 4

Após dormir morrendo de ansiedade para ver o Rush de verdade pela segunda vez, acordei no sábado e corri para o hotel onde o encontro aconteceria (e onde a maioria dos fãs dos Estados Unidos e outros lugares do Canadá estavam hospedados). Era um hotel da rede Days Inn e ficava na Carlton Street, mesma rua da sede da gravadora do Rush (Anthem SRO) e do ginásio Maple Leaf Gardens (no qual o trio gravou o vídeo Grace Under Pressure Live).

Cheguei lá, ainda não tinha começado nada. Fiquei olhando um pouco o merch da banda, comprei o tourbook da Snakes and Arrows Tour (e quase levei um livraço com todos os tourbooks da banda até a turnê de 30 anos, que custava uns 150 dólares canadenses). Também levei a linda camiseta vermelha da tour e ganhei um monte de tranqueira que sobrou como souvenir das Rushcons anteriores, desde uma camiseta até um apoiador de sabonete com referências à banda.

Paguei minha entrada para a Rushcon e procurei o Sam Dunn, que estava entrevistando um pessoal do Japão. Depois, me chamou para a gente conversar. Eu, que acabei de produzir ao lado de três colegas um documentário sobre o Tom Zé (que em breve estará no YouTube), como trabalho de conclusão de jornalismo, gostei de passar de entrevistador para entrevistado. Entrevistador em português para entrevistado em inglês.

O Sam fez algumas perguntas genéricas ("há quanto tempo você gosta da banda?", "por que eles são tão especiais", etc) e outras mais legais, tentando entender a relação de paixão entre um trio de músicos canadenses, de certa forma frios e discretos, e os brasileiros, que de frieza não têm nada. Expressei a minha opinião, de que nós admiramos os caras justamente pela dedicação, determinação e sensibilidade em cada trabalho que lançam. Trabalhos esses que não podem sair de ano em ano; as coisas podem demorar (como Vapor Trails, que levou mais de um ano para ficar pronto, mas saiu ótimo e contemporâneo, do jeito que manda o perfeccionismo da banda).

Bom, já disse que assisti ao outro documentário do Sam Dunn (Metal: A Headbanger`s Journey), e acredito que esse sobre os fãs do Rush, que deve ficar pronto em 2009, vai ser maravilhoso. O cara é canadense também, cresceu ouvindo Rock 'n' Roll e heavy metal e entende do assunto. Ao mesmo tempo, mantém um certo distanciamento da 'tietagem' que existe no meio, o que sem dúvida ajuda em muito o trabalho de um bom jornalista.


Depois da entrevista, fui até o saguão onde estavam expostas algumas peças legais que seriam leiloadas no dia seguinte e tirei algumas fotos. Depois, começou a rolar competição do jogo Guitar Hero, onde todo mundo tinha que se matar para não errar nenhuma nota de YYZ. Apesar de ficar de fora (os únicos games que eu gosto são do finado SuperNes), me diverti assistindo aquele povo levando o jogo a sério, como se Lee, Lifeson e Peart estivessem presentes para ver a performance de cada um. Lembro que o cara que ganhou o concurso do 'Air Drums', na noite anterior, também jogou o Guitar Hero.


Depois disso, a organização montou o The Game of Snakes and Arrows, onde três participantes tinham que acertar perguntas sobre a banda. Cada resposta certa ajudava a desvendar uma imagem ao fundo da tela onde as questões eram lidas. No final, essa imagem era um pé-de-coelho e estava relacionada ao tourbook do Presto. Dos três concorrentes, sei que o vencedor ganhou um ingresso foda para o show que aconteceria em algumas horas, em uma cadeira central na terceira fileira, salvo engano.

O público lá era o mesmo do show do Limelight na sexta-feira, mas rolava um pessoal ainda mais velho que não teve pique de ver a banda cover. Todo mundo estava ansioso para chegar no Air Canada Centre; Lee, Lifeson e Peart entrariam no palco às 19h. Rolava um busão (daqueles escolares, amarelos) até o ACC, sem custo para aqueles que participavam da Rushcon.

Fiquei numa lanhouse um tempinho, comi num Subway, comprei uma caneta para anotar o set-list e algumas observações que me ajudariam a escrever o review e rumei para o ônibus com o resto do pessoal.

O resto, que inclui o show em si, eu conto amanhã.

Veja aqui as outras cinco partes da jornada:

Tuvucanadá - Rush, Parte Final

Tuvucanadá - Rush, Parte 5 (o show)

Tuvucanadá - Rush, Parte 3

Tuvucanadá - Rush, Parte 2

Tuvucanadá - Rush, Parte 1 (review)

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